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Cantor iraniano Shervin Hajipour foi preso por música em homenagem aos protestos no país
Cantor iraniano Shervin Hajipour foi preso por música em homenagem aos protestos no país| Foto: Reprodução/Instagram

O cantor iraniano Shervin Hajipour, que ganhou o prêmio de Mérito Especial do Grammy em 2023 pela sua música “Baraye” (Para, na tradução livre), que se tornou um símbolo dos protestos contra o regime islâmico no Irã em 2022, foi condenado a três anos e oito meses de prisão no país por “propaganda contra o sistema e incitação aos distúrbios”, segundo uma sentença divulgada por ele mesmo em sua conta oficial no Instagram.

Hajipour, de 26 anos, foi preso pelas autoridades iranianas em setembro de 2022, dois dias depois de publicar um vídeo cantando sua música, que foi composta com tuítes de iranianos sobre a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que morreu sob custódia da policial iraniana após ser detida por não usar “adequadamente” o véu islâmico.

A música de Hajipour expressava o desejo dos indivíduos por liberdade e o descontentamento dos mesmos com o regime islâmico. Ela também citava por que os jovens iranianos têm ido às ruas enfrentar as autoridades do país e tem na estrofe final uma homenagem a Amini: "Para as mulheres, vida, liberdade".

Apesar de ter sido solto sob fiança em outubro de 2022, cerca de um mês após sua detenção, o cantor voltou a ser constantemente interrogado pela Justiça do país islâmico, que o acusava de “atentar contra a segurança nacional”. Além da condenação a prisão, Hajipour também foi sentenciado a cumprir medidas controversas como ler dois livros sobre os direitos das mulheres no islamismo e a produzir uma música sobre as “atrocidades dos EUA contra a humanidade”. Ele também foi proibido de deixar o país dois anos após o cumprimento da pena.

A musica “Baraye” teve mais de 40 milhões de visualizações em poucos dias no Instagram e foi usada como um símbolo das manifestações que pediam por mais liberdade e o fim do regime islâmico no Irã.

Os protestos foram reprimidos violentamente pela polícia, que matou diversas pessoas.

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