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Sayyed Hassan Nasrallah olha de maneira desafiadora nos cartazes colados em muros de Burj al-Barajneh, mas os moradores dizem que o líder do Hezbollah estava bem longe dali quando aviões israelenses bombardearam o subúrbio ao sul de Beirute com a intenção de matá-lo.

O Exército de Israel afirma que dezenas de aviões lançaram 23 toneladas de explosivos na noite de quarta-feira sobre um local onde, segundo seus serviços de inteligência, líderes do Hezbollah estariam escondidos num abrigo.

As bombas destruíram parcialmente uma mesquita e um centro comunitário islâmico construídos na pobre área xiita, que foi atingida pela primeira vez neste conflito.

Moradores de Beirute ouviram nesta quinta-feira três grandes explosões e as pessoas disseram que ninguém morreu no bombardeio. O Hezbollah, num comunicado, também disse que nenhum de seus líderes havia morrido.

- Eles dizem que este é um alvo militar. Onde estão as armas? É uma mesquita para rezar - afirmou um morador, que não quis dizer seu nome, enquanto observava os estragos causados pela bomba.

Parte da estrutura de concreto foi destruída e seus suportes de metal ficaram expostos. A explosão derrubou árvores e estilhaçou as janelas dos apartamentos dos prédios vizinhos.

Israel já tentou atingir os líderes do Hezbollah diversas vezes desde que o atual conflito começou, em 12 de julho. Na sexta-feira, seus ataques destruíram o edifício onde ficava o apartamento de Nasrallah e o principal escritório do grupo islâmico no sul de Beirute.

Após mais de 300 pessoas terem morrido no Líbano nos últimos nove dias de ataques israelenses, a maioria dos moradores de Burj al-Barajneh já deixou suas casas e fechou suas lojas, esperando pelo pior.

Mas alguns poucos permanecem firmes.

- Não vou embora. Este é meu país - disse Maha Lutf, enquanto tirava fotos dos destroços com seu telefone celular.

O governo libanês afirma que 500 mil pessoas já tiveram de deixar suas casas.

Najah Burro e sua família correram para um abrigo no porão de um edifício da vizinhança.

- Ficamos apavorados, os estilhaços voavam por toda parte. - Foi como um terremoto - disse Abu Saleh, cuja casa escapou por pouco de uma bomba.

Israel afirma que o bombardeio vai durar o tempo que for necessário para libertar dois soldados capturados pelo Hezbollah e para garantir o desarmamento da milícia, que já matou 29 israelenses neste conflito.

O Hezbollah tem disparado dezenas de foguetes contra o território de Israel, atingindo a cidade costeira de Haifa pela primeira vez. Nasrallah apareceu na TV pela última vez no domingo, após um ataque que matou israelenses em Haifa, afirmando que o conflito estava apenas começando.

"Acreditem em mim. Até Haifa e além" dizia um slogan que acompanhava a foto do líder do Hezbollah num dos cartazes nos muros de Burj al-Barajneh.

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