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AME8499. LIMA (PERÚ), 11/10/2022.- Fotografía de archivo fechada el 11 de octubre de 2022 que muestra al presidente de Perú, Pedro Castillo, durante una rueda de prensa con corresponsales internacionales en Lima (Perú). Castillo decretó este miércoles disolver temporalmente el Congreso e instaurar un Gobierno de emergencia nacional, horas antes de que el Parlamento debatiera una moción de vacancia (destitución) en su contra que podría haberlo apartado de la jefatura del Estado. EFE/ Paolo Aguilar /ARCHIVO
AME8499. LIMA (PERÚ), 11/10/2022.- Fotografía de archivo fechada el 11 de octubre de 2022 que muestra al presidente de Perú, Pedro Castillo, durante una rueda de prensa con corresponsales internacionales en Lima (Perú). Castillo decretó este miércoles disolver temporalmente el Congreso e instaurar un Gobierno de emergencia nacional, horas antes de que el Parlamento debatiera una moción de vacancia (destitución) en su contra que podría haberlo apartado de la jefatura del Estado. EFE/ Paolo Aguilar /ARCHIVO| Foto: (EPA) EFE

O presidente socialista do Peru, Pedro Castillo, deu um golpe de estado nesta quarta-feira (7), ao dissolver temporariamente o Congresso e instaurar um governo de emergência nacional, horas antes de o Parlamento debater uma moção de destituição que poderia tê-lo afastado do cargo de chefe de Estado.

“Tomamos a decisão de estabelecer um governo de exceção, orientado a restabelecer o Estado de Direito e a democracia. Se ditam as seguintes medidas: dissolver temporariamente o Congresso da República e instaurar um governo de emergência excepcional”, disse o presidente peruano na televisão aberta durante o anúncio.

No mesmo comunicado, Castillo convocou novas eleições para o Congresso, além da elaboração de uma nova Constituição em um prazo máximo de nove meses. Até a data, o país será governado por meio de decretos presidenciais.

O presidente esquerdista tinha anunciado na terça-feira (6) que aqueles que promovem o processo político contra ele querem “dinamitar a democracia e ignorar o direito de escolha” dos peruanos, além de querer “aproveitar e tomar o poder que o povo retirou deles nas urnas”.

Foi a terceira tentativa de moção de vacância (o equivalente a um processo de impeachment) contra o presidente Pedro Castillo e a quinta contra um presidente em exercício nos últimos cinco anos.

Desde 2016, o Peru teve cinco presidentes, incluindo Pedro Castillo, eleito para o mandato presidencial de 2021 a 2026. Em 2018, Pedro Pablo Kuczynski enfrentou uma moção de vacância, mas renunciou antes da votação de impeachment.

Demissões no governo

Após o comunicado, pedidos de demissão foram feitos, entre eles do ministro Kurt Burneo, do Ministério da Economia e Finanças. Ele disse que Castillo violou o estado de direito.

“Tendo violado o estado de direito e em linha com os meus princípios democráticos, apresento a minha renúncia irrevogável ao cargo de Ministro da Economia e Finanças”, prosseguiu o ministro.

O ministro das Relações Exteriores, Cesar Landa, também comunicou sobre sua saída. Ele disse que a posição de Castillo não se alinha aos valores democráticos e constitucionais.

“Em estrita adesão às minhas convicções e valores democráticos e constitucionais, decidi renunciar irrevogavelmente ao cargo de Ministro das Relações Exteriores, diante da decisão do Presidente Castillo de fechar o Congresso da República, violando a Constituição”, pontuou.

Rejeição ao golpe

Legisladores de diferentes bancadas do Congresso peruano denunciaram nesta quarta-feira que o presidente Pedro Castillo deu um golpe de Estado ao anunciar a dissolução do Legislativo e a formação de um "governo de emergência excepcional" no país.

“Esta decisão configura um golpe de Estado e se afasta de todos os marcos constitucionais”, declarou a legisladora esquerdista Ruth Luque, cujo grupo vinha apoiando a permanência de Castillo no poder.

A parlamentar acrescentou que a decisão do presidente "é claramente um golpe ao estilo de 1992", referindo-se ao "autogolpe" perpetrado em 1992 pelo então presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que também dissolveu o Congresso.

Luque opinou ainda que “é um governo que não representa os marcos constitucionais” e quer “impor um regime de exceção”.

Por sua vez, o deputado de direita José Cueto, do Partido da Renovação Popular e ex-comandante das Forças Armadas, afirmou que "claro que é um golpe" e que as Forças Armadas "apoiam o Congresso".

"Claro que é um golpe de Estado, (Castillo) estava tremendo, sabia que ia ser destituído e foi em frente. Espero que as Forças Armadas se manifestem contra o golpe de Estado, ele não pode fechar o Congresso", enfatizou.

A fujimorista Martha Moyano concordou que se trata de um golpe de Estado e, embora tenha pedido "calma", declarou que se deve "levantar a voz, dizer as coisas como elas são".

Já a parlamentar de direita Norma Yarrow assegurou que Castillo "está sozinho em seu gabinete" e pediu à vice-presidente Dina Boluarte que compareça ao Congresso e assuma a chefia do Estado para "não permitir que esse criminoso Pedro Castillo ataque a democracia".

Os representantes de diferentes bancadas garantiram que o Congresso se reunirá em plenário nos próximos minutos para destituir Castillo e pediram o apoio das Forças Armadas à democracia no país.

Pedro Castillo determinou nesta quarta-feira a dissolução temporária do Congresso e a instauração de um governo de emergência excepcional, horas antes de o Parlamento debater uma moção de destituição que poderia tê-lo afastado do cargo de chefe de Estado.

Com evidente tremor nas mãos, anunciou que também determinou a convocação de “eleições para um novo Congresso com poderes constituintes para elaborar uma nova Constituição em um período não superior a 9 meses".

Além disso, ordenou um toque de recolher nacional a partir de hoje, começando às 22h.

Os legisladores salientaram ainda que o clima segue tranquilo no país e que não há qualquer movimentação das Forças Armadas, razão pela qual consideraram que o governante em breve “será mandado para a prisão”.

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