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Eleições

“Cavalo Louco” vence no Peru e divide países da região andina

Lima – O "Cavalo Louco" está de novo na corrida, depois que os peruanos decidiram, no domingo, lhe entregar, mais uma vez, as rédeas do país, elegendo-o presidente pelos próximos cinco anos. De acordo com os dados do Escritório Nacional de Processos Eleitorais, apuradas 93% das urnas, Alan García, da Aliança Popular Revolucionária Americana (Apra), obteve 53,1% dos votos, contra os 46,8% do nacionalista Ollanta Humala.

A vitória de García divide os países da região andina. De um lado, o nacionalismo da Venezuela e da Bolívia. De outro, a tendência à direita demonstrada pela Colômbia e pelo Peru, que devem manter os laços econômicos com os Estados Unidos, apesar da oposição declarada do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que está retirando seu país da Comunidade Andina de Nações (CAN).

O fato de grande parte das zonas mais pobres do Peru ter se encantado com o nacionalista Ollanta Humala reflete um grave descontentamento que faz prever que o social-democrata Alan García terá que fazer verdadeiros malabarismos para que o país não entre em convulsão mais uma vez. Ao se tornar presidente em 1985, García decretou moratória da dívida externa. Ele queria estabilizar o sistema financeiro, mas despertou forte oposição e levou a inflação a 7.600% em 1990, último ano de seu mandato.

Fiéis ao velho ditado de que, mais vale um mal conhecido do que um bem ainda por conhecer, os peruanos preferiram eleger o líder aprista, em vez de apoiar a nova fórmula encarnada por Humalla, cujo projeto não conseguiu amenizar as muitas dúvidas sobre seu compromisso com a democracia.

Consciente dos temores que seu currículo continua provocando, García fez um profundo "mea culpa" e uma promessa durante o discurso da vitória: "Nesta segunda oportunidade, estamos dispostos a morrer para não falhar nem decepcionar os peruanos."

Além da desconfiança contra o "Cavalo Louco", o Peru sofre de outro problema generalizado: segundo um estudo feito com apoio das Nações Unidas, os habitantes do Peru são os cidadãos da América Latina que menos acreditam na democracia, nos partidos e nos políticos.

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