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A Festa da Revolução Nacional em Cuba, celebrada nesta quinta-feira (26), marca um ano desde a última aparição pública do ditador Fidel Castro. Na celebração de 2006, Fidel fez dois discursos em Bayamo e Holguín, 750km ao sudeste de Havana. No dia seguinte, o ditador foi submetido à primeira de várias operações por causa de um grave problema de intestino. No dia 31 de julho, cedeu o poder ao seu irmão pela primeira vez em 48 anos de revolução. Um ano após a cirurgia intestinal de emergência que o obrigou a se afastar do poder pela primeira vez desde a revolução de 1959, Fidel se tornou um prolífico articulista de assuntos mundiais, mas não dá sinais de que voltará ao comando de Cuba. Desde 26 de julho de 2006 ele tem sido visto apenas em vídeos e fotos, sempre com um casual agasalho vermelho, em vez da tradicional farda.

Embora o governo insista que ele não tem câncer, como disseram algumas autoridades norte-americanas ao longo do último ano, o regime parece menos otimista do que já esteve a respeito da perspectiva de que Fidel reassuma o poder.

Fidel, que completa 81 anos em agosto, se tornou um prolífico articulista. Ele já publicou 42 mil palavras na imprensa estatal desde março.

Anti-Bush

A maioria dos textos ataca o maior inimigo de Fidel, o presidente dos EUA, George W. Bush, por causa da guerra do Iraque ou de sua proposta de promover os biocombustíveis, o que o líder cubano acha que reduzirá o espaço dedicado ao cultivo de alimentos no mundo, agravando a fome nos países pobres. Alguns temas mais leves também aparecem - como a vitória da seleção feminina de vôlei sobre os EUA na semana passada pelos Jogos Pan-Americanos.

Qualquer que seja o tema, os editoriais são publicados na íntegra pelo "Granma", órgão oficial do Partido Comunista, e lidos na TV estatal. "O sistema unipartidário cubano precisa mantê-lo vivo, mesmo que seja só uma presença virtual, porque ele é um símbolo tão importante e a fonte de legitimidade de seus sucessores", disse o dissidente Manuel Cuesta Morúa.

O próprio Fidel admite que esteve perto da morte há um ano, mas a recuperação vista nos vídeos e os artigos convencem alguns cubanos de que ele já voltou a mandar. Artigos recentes lidaram com questões internas - em um deles, com duríssimas críticas a um "distinto burocrata" não-identificado, que propusera que o país gastasse combustível enviando delegações a eventos internacionais.

Incógnita

A vida na ilha segue seu curso normal, mas a doença do "comandante-em-chefe" impôs aos cubanos a incógnita de uma era pós-Fidel. Em abril de 2008, culminará um processo eleitoral que decidirá se Fidel Castro continuará ou não à frente do governo.

O presidente provisório de Cuba, Raúl Castro, irá discursar, nesta quinta-feira, na festa nacional de 26 de julho, segundo um anúncio oficial, o que parece descartar a participação de Fidel Castro, que deixou a presidência há um ano, por problemas de saúde. Raúl, que desde o dia 31 de julho de 2006 substitui Fidel, fará o discurso na Praça da Revolução, na província de Camagüey, 520 quilômetros ao leste de Havana.

Segundo o jornal, o "ato histórico" será assistido por mais de 100.000 cubanos, entre dirigentes do Partido Comunista de Cuba (PCC), membros da União dos Jovens Comunistas (UJC) e ex-combatentes dos assaltos liderados por Castro em 1953, aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, contra a ditadura de Fulgêncio Batista (1952-1958).

O anúncio de que Raúl será o principal orador na celebração de 26 de julho terminou com as expectativas de uma reaparição de Fidel Castro, que só faltou nesta tribuna em 1994 e 1997, quando foi substituído por seu irmão.

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