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O chanceler do Paraguai, Rubén Ramírez, anunciou nesta quarta-feira (9) que se reunirá amanhã na Argentina com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, depois que Assunção suspendeu as negociações sobre um anexo do tratado da usina hidrelétrica binacional de Itaipu, devido à notícia de uma operação de espionagem brasileira contra funcionários paraguaios.
“Combinei com meu colega da República Federativa do Brasil de nos reunirmos amanhã [quinta-feira] em Buenos Aires”, disse Ramírez a jornalistas após participar de uma reunião com a Mesa da Câmara dos Deputados do Paraguai.
Ramírez confirmou que viajará para a capital argentina para participar de uma reunião, marcada para sexta-feira, dos ministros das Relações Exteriores do Mercosul.
As relações entre os dois países ficaram tensas nas últimas semanas depois que o governo Lula afirmou, em 31 de março, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) organizou uma operação de espionagem contra o Paraguai em 2022, durante o mandato presidencial de Jair Bolsonaro, mas alegou que ela foi encerrada em 27 de março de 2023. O anúncio foi feito horas depois de o portal UOL revelar a operação.
Em resposta, Ramírez, em nome do governo paraguaio, anunciou a suspensão por tempo indeterminado de “todas as negociações” sobre o Anexo C do tratado de Itaipu, convocou o embaixador brasileiro em Assunção e o embaixador paraguaio em Brasília.
Ramírez afirmou hoje que seu país “está preparado para negociar” e confirmou que têm uma “proposta”.
Além disso, ele declarou que espera que as negociações “possam ser retomadas rapidamente” e lembrou que em março os dois países concordaram que o acordo sobre o Anexo C deveria ser assinado até 30 de maio.
“Temos um prazo e gostaríamos de cumpri-lo”, ressaltou. Ramírez também enfatizou que Itaipu “é um empreendimento conjunto” com o Brasil, país com o qual é preciso “restaurar a confiança”.
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Conteúdo editado por: Fábio Galão






