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O ato "anti-Bush'' encabeçado por Hugo Chávez em um estádio de futebol na Argentina, nesta sexta-feira, foi a cereja no bolo da visita do presidente venezuelano ao país. Chávez, em Buenos Aires para assinar 11 acordos de cooperação com o presidente argentino Néstor Kirchner, apontou seus canhões contra o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que depois de uma visita de menos de 24 horas a são Paulo, no Brasil, se encontra em Montevidéu, no Uruguai, como parte de um giro pela região para recuperar sua debilitada relação com a América Latina.

- Estamos na presença de um verdadeiro cadáver político - disse Hugo Chávez, referindo-se ao líder americano como "cauboizinho do norte'', durante protesto no estádio do Ferrocarril Oeste, em Buenos Aires.

O ato, realizado em uma arena com capacidade para 40 mil pessoas, foi programado para coincidir com a chegada de Bush ao Uruguai. Entre os organizadores do evento, organizações como as Mães da Praça de Maio.

Principal inimigo dos EUA na região, Chávez disse na quinta-feira que Bush deveria receber "a medalha de ouro da hipocrisia". A visita de Bush a cinco países (Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México) é considerada por muitos uma tentativa de conter a crescente influência do venezuelano.

- É preciso dar ao presidente dos EUA a medalha de ouro por hipocrisia, porque ele disse que agora está preocupado com a pobreza na América Latina - disse Chávez depois de desembarcar em Buenos Aires. - Agora ele está descobrindo, depois de tantos anos que existe pobreza na América Latina, precisamente quando o império americano é o principal culpado - acrescentou Chávez.

Apesar de o presidente argentino, Néstor Kirchner, manter-se afastado da retórica anti-Bush de Chávez, os dois líderes questionam as políticas de mercado-livre apoiadas por Washington e dividem a visão de uma maior cooperação regional entre governos esquerdistas. A visita de Bush a Montevidéu mantém vivas as especulações de que o Uruguai busca fechar um Tratado de Livre-Comércio com a maior potência mundial, possibilidade que é defendida por uma ala do governo. O Mercosul, integrado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e a recém-ingressada Venezuela, atravessa alguns problemas com queixas dos sócios menos desenvolvidos, que insistem na necessidade de fechar acordos bilaterais de comércio. A medida é proibida no bloco.

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