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reféns libertados

Chávez ganha pontos na diplomacia mundial ao negociar com Farc

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, conquistou alguns pontos para sua imagem internacional ao mediar a libertação de três reféns norte-americanos e uma franco-colombiana detidos pelos rebeldes da Colômbia, apesar do início do processo ter sido trôpego.

As posições antinorte-americanas e anticapitalistas de Chávez normalmente o afastam dos governos ocidentais. Fora da América Latina, ele concentra os esforços da sua política externa em se associar com outros opositores dos Estados Unidos, como Irã, Belarus e Rússia.

Mas a oportunidade, nas últimas semanas, de ajudar o presidente Álvaro Uribe, da vizinha Colômbia, trouxe benefícios diplomáticos imediatos, embora Chávez tenha falhado inicialmente em conseguir um encontro com os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

O presidente da Venezuela recebeu elogios em conversas telefônicas com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Além disso, o principal diplomata dos EUA para América Latina reuniu-se pela primeira vez com o ministro venezuelano do Exterior e 41 países europeus divulgaram comunicado em apoio aos esforços diplomáticos de Chávez.

Ele tem irritado autoridades colombianas com o seu perfil expansivo e popular, expondo as diferenças com o conservador Uribe, um aliado firme dos EUA.

Mas Chávez ganhou mais pontos do que perdeu. "A vantagem para Chávez é óbvia", comentou Michael Shifter, do instituto Diálogo Interamericano, em Washington.

"A oportunidade de romper o longo impasse em torno dos reféns parece feita sob medida para um homem que usa a considerável riqueza em petróleo do seu país para financiar o esforço de erguer uma aliança latino-americana contra os EUA", acrescentou.

"E se Chávez conseguir projetar a imagem de uma liderança regional comprometida com a paz, tanto melhor para ele."

Na sexta-feira, o presidente venezuelano visita a Colômbia para discutir com Uribe meios de dar início a uma negociação com os rebeldes marxistas -negociação que foi adiada esta semana depois que os dois presidentes se desentenderam sobre como se daria o encontro com as Farc.

Pela primeira vez em anos, o mais antigo grupo guerrilheiro da América Latina deu sinais de possivelmente libertar reféns ao ter concordado conversar com Chávez.

Esse desfecho positivo seria de grande ajuda para o presidente colombiano, que enfrenta uma situação adversa depois que 11 deputados foram assassinados no cativeiro este ano.

Chávez tem tirado vantagem dessa oportunidade e chegou a relatar no seu programa semanal de TV negociações de bastidores, exibindo a correspondência que trocou com guerrilheiros. Ele também apelou para que Uribe seja mais maleável.

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