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Ian Blair fala em conferência para a imprensa, quando anunciou sua renúncia, nesta quinta-feira (2) | Reuters
Ian Blair fala em conferência para a imprensa, quando anunciou sua renúncia, nesta quinta-feira (2)| Foto: Reuters

Chefe da polícia britânica renuncia depois de meses de pressão pelo caso Jean Charles

O chefe da Scotland Yard, a polícia britânica, Sir Ian Blair, apresentou nesta quinta-feira (2) sua demissão depois de vários meses sob pressão, principalmente pelo caso da morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, que aconteceu durante sua gestão.

Três anos depois de Jean Charles ser baleado em um metrô de Londres pela polícia, que pensou que ele era um terrorista suicida, foi aberto no final de setembro um novo inquérito sobre sua morte.

Segundo a BBC, Blair - que deixará o cargo em 1º de dezembro - não mencionou o caso em seu pronunciamento. Ele disse que não renunciou por "por causa de nenhuma falha" sua, mas pensando "no interesse do povo de Londres e da Polícia Metropolitana".

Ele disse que deixou o cargo por não contar com o apoio do prefeito de Londres, Boris Johnson, que tomou posse em maio deste ano.

"O novo prefeito de Londres deixou claro que gostaria de uma mudança na liderança", disse Blair. "Sem o apoio do prefeito, não considero que eu possa ficar no cargo."

Blair também havia sido alvo de críticas por outros casos, como acusações de racismo, por parte de um alto oficial da Polícia Metropolitana que tem origem asiática, e por supostamente beneficiar um amigo com contratos da polícia, segundo denúncia do jornal "Daily Mail".

Blair foi educado em Oxford e teve muitos problemas desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2005. Ele sempre rejeitou as críticas à sua liderança e insistia que não tinha a intenção de renunciar.

"O relato de minha morte é um exagero", disse no mês passado, referindo-se à declaração de Mark Twain, quando jornais britânicos publicaram que Johnson não queria que Blair continuasse no cargo.

A renúncia é uma surpresa, já que ele negava que sairia antes do fim de seu contrato, em janeiro de 2010. Mas é improvável que sua saída tenha algum impacto imediato sobre a forma como a polícia de 31 mil integrantes é comandada.

No entanto, a renúncia encerra um período de três anos no qual a polícia britânica foi bastante questionada.

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