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Revolta árabe

Chefe humanitária da ONU entra em cidade bombardeada na Síria

Ativistas acusam forças do governo de terem executado opositores e destruído provas dos crimes

Sírios que fugiram da violência acenam para fotógrafo na cidade de Arsal, no Líbano | Wael Hamzeh/Efe
Sírios que fugiram da violência acenam para fotógrafo na cidade de Arsal, no Líbano (Foto: Wael Hamzeh/Efe)

A chefe humanitária da Orga­­nização das Nações Unidas (ONU), Valérie Amos, conseguiu entrar ontem no bairro de Baba Amr, em Homs, onde ativistas acusaram tropas do governo sírio de tentarem esconder provas de execuções de opositores e desertores que teriam feito após a tomada do local em um assalto na semana passada.

Ontem, tropas do governo sí­­rio atacaram vilarejos na província nortista de Idlib, perto da fronteira turca. Ativistas disseram que o número de mortos desde que começou a revolta contra o governo, há um ano, se aproxima de 8.500.

Valérie Amos entrou no bairro com voluntários do Crescente Ver­­melho Sírio e a primeira avaliação que eles tiveram é que o bairro está praticamente abandonado.

"O Crescente Vermelho Sírio ficou cerca de 45 minutos dentro do bairro. Os voluntários afirmam que muitos habitantes abandonaram o bairro e foram para áreas já visitadas na semana passada pelo Crescente Verme­­lho", disse Hi­­cham Hassan, porta-voz do Cres­­cente Vermelho em Genebra.

O ativista Tárik Badrakan, de Homs, mantém que ocorreram execuções. "Eles não deixaram ninguém entrar no bairro por uma semana. Hoje a coisa é simples: eles acabaram com seus crimes e esconderam as provas. Ago­­ra eles acham que podem mostrar que tudo está normal", disse.

O governo sírio havia rejeitado um pedido anterior de Amos para visitar o país no começo deste mês, quando as tropas lançavam o ataque a Homs.

Amos disse, an­­tes de visitar Homs, que o objetivo da viagem era "instar todas as partes a permitirem o acesso de trabalhadores humanitários, que poderão retirar os feridos e entregar suprimentos essenciais".

Apesar dos apelos internacionais, o governo sírio não permitiu até ontem que trabalhadores hu­­manitários entrassem em Baba Amr, ao dizer que existiam riscos de segurança. Mas os ativistas afirmam que na verdade o governo tentava esconder a violência.

Após a tomada de Baba Amr e outros focos da oposição e de de­­sertores em Homs, o governo sírio parece voltar seu foco ao norte, onde as tropas começaram a atacar a província de Idlib, na fronteira com a Turquia.

De acordo com a agência estatal de notícias Sana, Assad prometeu na terça-feira confrontar "o terrorismo armado por estrangeiros".

Desde que os levantes começaram em março do ano passado, ele culpa "gangues" e "terroristas" pe­­la violência.

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