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O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Antonio Indjai, que teria sido vítima de uma insurreição, está nesta segunda-feira (26) no Ministério da Defesa do país, onde vai se reunir com o governo da ex-colônia portuguesa.

Segundo a agência de notícias "Lusa", Indjai chegou ao Ministério em traje civil e acompanhado por cerca de 50 militares fortemente armados para se encontrar com os ministros de Defesa, Baciro Djá; Educação, Artur Silva; e Interior, Fernando Gomes.

A capital, Bissau, vive aparente calma após os disparos e movimentos militares ocorridos no começo da manhã de hoje, mas ainda não está claro o paradeiro do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que segundo algumas fontes se refugiou em uma embaixada.

De acordo com a "Lusa", representantes de organizações cívicas relataram atividades militares "anormais" e detenções que despertaram o temor de um levante como o de abril do ano passado.

Fontes militares citadas pela agência portuguesa disseram que o general Indjai não foi detido por amotinados, como chegou a ser informado, mas estava em um quartel de uma tropa de elite e de lá tentava controlar a situação.

Um porta-voz de Indjai afirmou que o militar convocou todos os oficiais para uma reunião de emergência e tem intenção de fazer um discurso para todo o país assim que possível para explicar a situação.

O chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, apontado em Bissau como rival de Indjai, convocou jornalistas para dizer que não tem ligação com os movimentos militares de hoje.

"Meu nome é sempre associado a confusões, mas posso dizer ao país que não tenho nada a ver com o que está acontecendo", declarou.

Segundo Na Tchuto, o general Indjai o chamou hoje para lhe perguntar os homens que tentaram atacar seu quartel estavam sob seu comando, e como resposta o informou que não tinha qualquer relação esse incidente.

Um dos países mais pobres da África, Guiné-Bissau sofreu vários golpes de Estado e levantes militares desde que se tornou independente de Portugal em 1973.

Embora em calma, Bissau registra hoje movimentos incomuns de veículos militares e reforço dos efetivos que patrulham os principais quartéis da cidade, incluindo a sede principal das Forças Armadas.

A "Lusa" informou que medidas similares são observadas no quartel da Força Aérea e no dos Paracomandos (força especial), próximo ao aeroporto. Apesar dos movimentos militares, a circulação de civis e veículos particulares é normal e muitas lojas estão abertas.

Um dos líderes do Movimento da Sociedade Civil de Guiné-Bissau, Luís Vaz Martins, disse à agência portuguesa de notícias que as atividades militares são mais uma "insubordinação" militar.

O último levante militar em Guiné-Bissau aconteceu no dia 1º de abril de 2010, quando um grupo de militares liderados por Indjai e Na Tchuto destituiu o então chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Zamora Induta, e reteve por várias horas o primeiro-ministro.

Indjai, que era o subchefe do Estado-Maior, substituiu Zamora Induta, e Na Tchuto, que fugira para Gâmbia após ser acusado de tentativa de golpe de Estado, foi reincorporado à cúpula militar.

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