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Diplomacia

China adverte Washington sobre presença militar na Ásia

Para o governo chinês, decisão americana pode ser bom para criar estabilidade na região, mas também “colocar a paz em risco”

Cartaz da exposição So Sorry (“sinto muito”), apresentada por Ai Weiwei na Alemanha | Pittigrilli/Creative Commons
Cartaz da exposição So Sorry (“sinto muito”), apresentada por Ai Weiwei na Alemanha (Foto: Pittigrilli/Creative Commons)

A China, por meio da imprensa oficial, alertou ontem os Estados Unidos contra o aumento de sua presença militar na Ásia, após Wa­­shington anunciar na quinta-feira a estratégia de se focar na região.

Em um editorial, a agência es­­tatal de notícias Xinhua afirmou que a decisão do presidente americano, Barack Obama, de aumentar a presença dos Estados Unidos na área poderia impulsionar a estabilidade, mas também "colocar a paz em risco". "Enquanto au­­­­menta sua presença militar na região da Ásia-Pacífico, os EUA devem se abster de flexionar seus músculos, porque isso não vai ajudar a resolver disputas regionais", afirmou o texto.

"Se os Estados Unidos utilizar seu militarismo na região de forma indiscreta, será como um touro numa loja de porcelana, e colocará em perigo a paz, em vez de aumentar a estabilidade regional", acrescentou.

O jornal chinês Global Times – pertencente ao Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comu­­nista chinês – afirmou que a China não deve se intimidar com a maior presença militar dos Es­­tados Unidos na Ásia, embora analistas e o próprio governo norte-americano digam que Pequim não tem nada a temer.

A nova estratégia de defesa dos EUA, anunciada oficialmente na quinta-feira pelo presidente Ba­­rack Obama, prevê uma redução no tamanho e no orçamento das suas forças militares, mas uma maior presença na Ásia. Pequim teme que o objetivo de Washing­­ton seja cercar a China e conter seu crescente poderio.

"É claro que queremos evitar uma nova Guerra Fria com os Es­­tados Unidos, mas ao mesmo tempo devemos evitar abrir mão da presença de segurança da China na região vizinha", disse o jornal.

O Global Times tem uma inclinação nacionalista e seus comentários não necessariamente refletem as posições do governo.

Os ministérios da Defesa e Re­­lações Exteriores não se pronunciaram sobre a nova política estratégica dos Estados Unidos.

Ao apresentar a nova política militar dos EUA, que reflete uma menor ênfase nos conflitos do Iraque e Afeganistão, Obama disse que "a maré da guerra está recuando", e o secretário norte-americano de Defesa, Leon Panetta, afir­­mou que as Forças Armadas precisam ser "menores e mais enxutas".

Os Estados Unidos dizem que pretendem colaborar com a Chi­­na na busca por prosperidade e segurança na região, mas que continuará tratando de questões de segurança como o controle do mar do sul da China, por onde circula um co­­mércio anual de 5 trilhões de dólares. Há disputas territoriais envolvendo China, Tai­­wan, Filipinas, Malásia, Vietnã e Brunei na re­­gião.

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