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Regime comunista

China ataca Taiwan por propor acordo de tarifas zero com os EUA

China ataca Taiwan por propor acordo de tarifas zero com os EUA
O ditador da China, Xi Jinping (Foto: EFE/EPA/WU HAO)

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O regime comunista da China atacou Taiwan nesta quarta-feira (16) após o presidente da ilha democrática, William Lai, propor aos Estados Unidos a abertura de negociações comerciais com base em “tarifas zero”, nos moldes do acordo entre Washington, México e Canadá. A proposta foi interpretada por Pequim como um gesto de “servilismo” e “traição”.

Durante coletiva de imprensa, a porta-voz do regime chinês, Zhu Fenglian, acusou as autoridades taiwanesas de “dar a outra face” aos interesses de Pequim e de buscar “agradar” os Estados Unidos “a qualquer custo”.

“As autoridades taiwanesas estão ignorando os interesses do povo e as perspectivas de desenvolvimento industrial, propondo um ‘amplo plano de aquisições e investimentos’ para apaziguar os Estados Unidos. Isso nada mais é do que dar a outra face e adotar uma atitude servil. E tanto vender Taiwan quanto o servilismo são profundamente desprezíveis”, declarou Zhu.

O presidente William Lai defendeu a proposta de aproximação econômica com os EUA em um artigo publicado recentemente pela agência Bloomberg. No texto, ele ressaltou que Taiwan está disposta a avançar com um acordo de “tarifas zero” com base na reciprocidade, destacando que a ilha já pratica uma tarifa média de apenas 6%.

“Embora Taiwan já mantenha tarifas baixas, com uma taxa nominal média de 6%, estamos dispostos a reduzi-las ainda mais até zero sobre a base da reciprocidade com os Estados Unidos”, escreveu Lai.

Para Zhu, a proposta de Lai representa mais um avanço na estratégia do governo taiwanês em favor da independência da ilha — uma posição considerada inaceitável pelo Partido Comunista Chinês.

“Em sua 'busca por independência', Lai vem vendendo ativamente as principais indústrias vantajosas de Taiwan, apenas para enfrentar tarifas impostas pelos Estados Unidos”, disse a porta-voz, que ainda acrescentou: “Transformaram Taiwan de um 'peão' em uma 'peça descartada'”.

Além da proposta tarifária, o governo taiwanês sinalizou que buscará reduzir o desequilíbrio comercial com os EUA por meio da compra de energia, produtos agrícolas, bens industriais e armamentos, além de prometer aumentar os investimentos em solo americano e trabalhar pela eliminação de barreiras comerciais não tarifárias.

A iniciativa de William Lai é vista como uma tentativa de fortalecer os laços com Washington diante da crescente pressão de Pequim, que reivindica soberania sobre a ilha democrática.

Contudo, se essas linhas de negociação falharem e o governo de Donald Trump impuser tarifas sobre semicondutores, ou reativar suas chamadas "tarifas recíprocas", que no caso de Taiwan chegam a 32%, o impacto na economia taiwanesa seria significativo.

Nesse sentido, o governo da ilha já admitiu que teria dificuldades para crescer acima de 3% este ano se esse cenário se concretizar.

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