
Pequim - A China comemorou ontem seu primeiro Dia da Emancipação dos Servos, com testemunhos de tibetanos sobre os méritos do governo comunista, denúncias contra o Dalai Lama e promessas de combater qualquer tentativa de independência.
O governo em exílio do Dalai Lama, vencedor do prêmio Nobel da Paz, que a China considera ilegítimo, afirmou que o feriado público estava agravando problemas e tinha o objetivo de esconder a repressão no Tibete.
A China anunciou este ano que o dia 28 de março será feriado anual no Tibete, comemorando a data de 1959, quando tropas chinesas tomaram o controle do governo em Lhasa após serem destacadas para suprimir uma revolta.
Em uma cerimônia cuidadosamente coreografada, realizada em uma vasta praça pública abaixo do Palácio Potala, em Lhasa, o governo mandou a mensagem de que sua administração trouxe fim ao cruel sistema feudal e melhorou a vida dos tibetanos desde então. Grande parte da comunidade internacional, contudo, discorda.
Quase ano após as violentas revoltas que tomaram conta de Lhasa e causaram protestos em regiões étnicas tibetanas, cerca de 13 mil tibetanos fizeram filas enquanto um ex-servo, um estudante, autoridades militares e os maiores líderes da região falaram sobre os horrores do "velho Tibete" e os méritos do governo de Pequim.
A China tem mantido as regiões tibetanas sob controle neste mês, que não é apenas o aniversário dos protestos do ano passado, como também marca os 50 anos de uma revolta fracassada contra o domínio chinês, que causou a fuga do Dalai Lama para o exílio na Índia.
Visitando uma exibição no Tibete na última sexta-feira, o presidente chinês, Hu Jintao, afirmou que a atual "boa situação" no Tibete foi "difícil de ser obtida e deveria ser altamente apreciada."
O Tibete é hoje uma província incorporada à República Popular da China, considerada por esta como região autônoma. Possui uma área de aproximadamente 1,2 milhões de quilômetros quadrados (com uma pequena parte, ainda a ser definida, de controle e domínio da Índia). Taiwan (República da China) também reivindica o domínio total da região.



