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O ditador Xi Jinping, durante cerimônia na Praça da Paz Celestial no último sábado (30)
O ditador Xi Jinping, durante cerimônia na Praça da Paz Celestial no último sábado (30)| Foto: EFE/EPA/XINHUA/YIN BOGU

Uma imagem nos Jogos Asiáticos de Hangzhou de duas atletas chinesas, Lin Yuwei e Wu Yanni, abraçadas após a conclusão da final dos 100 metros rasos, foi censurada nas redes sociais da China, supostamente devido a uma referência involuntária ao Massacre da Praça da Paz Celestial.

A foto mostrava juntos os números de corrida das atletas, 6 e 4, resultando em 64, que é uma alusão comum ao incidente por incluir os números do mês e do dia em que ocorreu o massacre – 4 de junho de 1989.

Naquele ano, as tropas chinesas reprimiram violentamente as manifestações pró-democracia em Pequim, resultando na morte de centenas de manifestantes, embora o número exato de vítimas permaneça incerto – as estimativas variam de algumas centenas a vários milhares de mortos.

O regime chinês mantém uma política de censura rigorosa sobre qualquer discussão relacionada com este evento, e as menções on-line são frequentemente removidas.

A foto em questão foi uma das muitas tiradas das atletas após a final dos 100 metros rasos femininos nos Jogos Asiáticos de Hangzhou, onde Lin foi proclamada campeã e Wu terminou em segundo, acabando sendo desclassificada em seguida.

Este incidente com Wu Yanni, que foi penalizada por uma falsa largada, fez com que notícias e fotografias sobre a corrida se tornassem virais.

A repercussão foi tanta que a imagem lateral das duas atletas se abraçando com a referência ao 64 foi censurada na rede social Weibo – semelhante ao X –, mas ainda está disponível em algumas reportagens chinesas.

Além disso, a busca pela imagem no mecanismo de busca chinês Baidu exibe uma mensagem informando que “a funcionalidade está sendo otimizada”, sugerindo uma possível remoção do conteúdo.

Embora na publicação original da foto a imagem das atletas tenha dado lugar a uma com fundo cinza, os comentários feitos pelos usuários continuam ativos.

Qualquer referência pública ao massacre é monitorizada de perto e, em alguns casos, censurada, como foi o caso no ano passado com o influenciador chinês Li Jiaqi, que exibiu um bolo semelhante a um tanque no aniversário do massacre.

No final de 2021, a Universidade de Hong Kong removeu de seu campus durante a madrugada uma escultura que homenageava os mortos durante os protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial.

No mês passado, um refugiado chinês, Chen Siming, se instalou num aeroporto de Taiwan e pediu para que países do Ocidente lhe concedam asilo político, diante da perseguição da ditadura de Pequim.

Chen é conhecido por realizar desde 2017 nas ruas e nas redes sociais manifestações anuais lembrando o massacre da Praça da Paz Celestial.

Estes incidentes realçam a alta sensibilidade e proibição que rodeiam a questão, já que as gerações mais jovens têm um conhecimento limitado sobre este acontecimento histórico devido à censura governamental. (Com Agência EFE)

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