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Regimes aliados

China cria esquema secreto de pagamentos para driblar sanções e financiar economia do Irã

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O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, durante encontro em Pequim com o ditador da China, Xi Jinping. (Foto: PARKER SONG/EFE/EPA)

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O regime comunista da China criou um sistema secreto para continuar comprando petróleo do Irã sem ser punido pelas sanções impostas pelos Estados Unidos. Segundo revelou o The Wall Street Journal neste domingo (5), Pequim montou uma espécie de “troca de favores” financeira, que permite pagar o regime iraniano de forma indireta e esconder o fluxo de dinheiro das autoridades internacionais.

Na prática, o sistema funciona como um escambo moderno. O Irã envia petróleo para a China, mas não recebe o dinheiro diretamente. Em vez disso, as empresas estatais chinesas - que compram o petróleo - depositam o valor em uma instituição financeira secreta chamada Chuxin, que não aparece em nenhuma lista oficial de bancos do país.

Essa instituição, por sua vez, usa o dinheiro para pagar empreiteiras chinesas que executam grandes obras dentro do Irã, como aeroportos, refinarias e sistemas de transporte. Ou seja: o Irã é pago em infraestrutura, não em dólares.

Todo esse processo é garantido pela Sinosure, uma seguradora estatal controlada pelo regime chinês e apresentada pelo WSJ como “a maior agência de crédito à exportação do mundo”. Ela assegura que as empresas recebam seus pagamentos e protege o sistema de eventuais perdas, funcionando como o “elo de confiança” que mantém o mecanismo em operação.

Desse modo, o dinheiro nunca sai da China - o que impede o rastreamento das transações e evita o uso do sistema bancário internacional, onde o Irã está bloqueado. Isso permite que o regime de Teerã continue financiando seus projetos e sustentando sua economia, mesmo sob sanções americanas.

O Irã está praticamente isolado do sistema financeiro global desde que o presidente Donald Trump restabeleceu, durante seu primeiro mandato em 2018, as sanções contra o país. A medida foi parte da política de “pressão máxima” para obrigar Teerã a frear seu programa nuclear e deixar de apoiar grupos militantes no Oriente Médio.

Sem acesso a bancos estrangeiros, o regime iraniano enfrenta enormes dificuldades para receber pagamentos por suas exportações de petróleo - principal fonte de receita do país. Por isso, o sistema chinês de trocas é vital: ele mantém o fluxo de dinheiro para Teerã sem passar por bancos internacionais.

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