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A China culpou nesta segunda-feira extremistas islâmicos treinados no Paquistão por terem lançado um dos dois mortíferos ataques que aconteceram no final de semana passado, na sua turbulenta região do oeste, a província de Xinjiang. Ativistas dos direitos da minoria uigur, que vive na região, temem que os atentados levem o governo chinês a responder com violência contra os uigures, os quais têm sido responsabilizados pelo conflito étnico na região.

O atentado do domingo deixou 11 mortos, incluídos os 5 supostos agressores, na Estrada da Seda em Kashgar. As autoridades não conseguiram apontar suspeitos de terem lançado outro ataque no sábado, o qual deixou 7 mortos em Kashgar, incluído um dos homens que supostamente sequestrou um caminhão e jogou o veículo contra uma multidão.

A violência no final de semana aumentou o clima de medo em Xinjiang, região de fronteira que está sob severa segurança desde 2009, quando 200 pessoas foram mortas nos conflitos étnicos entre os chineses Han e os uigures, uma minoria local da província, de origem turca e muçulmana, que vê Xinjiang como sua terra local.

O Congresso Mundial Uigur, sediado na Alemanha, disse temer que a violência leve Pequim a uma repressão contra os uigures, ainda culpados pela rebelião de dois anos atrás.

A cidade de Kashgar emitiu ordens de prisão e ofereceu 100 mil iuanes (US$ 16 mil) por informações que levem à detenção de dois uigures suspeitos de supostamente fugirem do local do ataque no domingo. O governo municipal disse que "um grupo de terroristas armados" invadiu um restaurante e matou o dono do local e um garçom, antes de provocar um incêndio no prédio.

Os suspeitos então escaparam para a rua e esfaquearam civis que passeavam pelas calçadas, matando outras quatro pessoas e ferindo 12, disse a Prefeitura de Kashgar. A polícia abriu fogo contra os suspeitos, matando 4 na cena. Um quinto suspeito morreu no hospital.

O governo de Kashgar disse nesta segunda-feira que uma investigação inicial mostrou que os integrantes do grupo supostamente por trás do ataque do domingo receberam treinamento em explosivos e armas de fogo no Paquistão, em supostos campos de treinamento de guerrilheiros do proscrito Movimento Islâmico do Turquestão Oriental. O grupo defende a independência de Xinjiang. O governo não ofereceu nenhuma prova das acusações. A China afirma que o grupo é aliado da rede extremista Al-Qaeda.

O Paquistão, cujo governo é um aliado próximo da China, condenou a violência e ofereceu apoio no combate contra o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental. Um comunicado do Ministério do Interior em Islamabad disse estar "totalmente convencido" de que o governo chinês e a região autônoma de Xinjiang "terão sucesso em frustrar os desígnios malignos dos terroristas, extremistas e separatistas, os quais são uma força do mal".

A região de Xinjiang está convulsionada por conflitos étnicos entre o movimento separatista dos habitantes autóctones, os uigures de etnia turca, e os chineses Han, que cada vez mais se mudam para Xinjiang. Os uigures afirmam ser marginalizados pelos Han, que vem em sua maioria do leste da China.

As informações são da Associated Press.

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