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Os Estados Unidos e a China retomaram nesta quinta-feira seu diálogo formal sobre direitos humanos, após um hiato de dois anos em que os dois governos tentaram manter estáveis suas relações, apesar de disputas a respeito do Tibete, de Taiwan, da liberdade da Internet e da política cambial chinesa.

É o primeiro diálogo desse tipo mantido no governo Obama, após uma série de distúrbios étnicos em Xinjiang e no Tibete, e de uma piora geral na situação na China. No entanto, o crescente poderio político e econômico chinês leva Washington a minimizar suas críticas, segundo especialistas em direitos humanos.

O Departamento de Estado norte-americano disse que os dois dias de reuniões a portas fechadas em Washington envolverão discussões sobre direitos religiosos, estado de direito e liberdade na Internet, tema que colocou o Google em rota de colisão com Pequim no ano passado, levando a empresa de buscas a abandonar o mercado chinês.

O diálogo, que já havia sido paralisado entre 2002 e 2008, deve incluir os casos de numerosos advogados e ativistas chineses de direitos humanos que foram detidos ou intimidados pelo governo local, segundo o Departamento de Estado.

O porta-voz do departamento, P.J. Crowley, disse que o caso do Google não está oficialmente na pauta, mas pode ser tratado, pois "a liberdade na Internet é uma dimensão da nossa busca pela liberdade de expressão", e esse seria um dos temas abrangidos.

Em carta à secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, a entidade Human Rights Watch pediu ao governo dos EUA que trate de casos específicos envolvendo advogados e ativistas, e que não deixe que a discussão vire uma "concha retórica", como costuma ser vista pela comunidade dos direitos humanos.

"Ao longo do último ano, o governo chinês endureceu os controles sobre os uigures e tibetanos, lançou ataques contra advogados e defensores dos direitos humanos, manteve um estrangulamento da mídia e reforçou a vigilância do governo e a censura das comunicações pela Internet", disse a carta.

A entidade acrescentou que Pequim "chegou a obstruir organizações da sociedade civil, inclusive grupos que trabalham com vítimas do terremoto de maio de 2008 em Sichuan e com vítimas infantis do escândalo de 2008 do leite com melamina tóxica."

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