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Relação

China e Japão voltam a se aproximar

O premier japonês Shinzo Abe (à esquerda) se encontra com o presidente chinês Hu Jintao em Pequim, depois de cinco anos de relações estremecidas entre os países. Testes nucleares da Coréia do Norte estão na pauta

Líderes chineses aceitaram neste domingo um convite do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para visitarem o Japão. Abe é um pragmático que está disposto a melhorar as relações entre os países, independentemente das animosidades passadas. O líder japonês está na China para uma cúpula que pretende quebrar o gelo entre os vizinhos. Está em pauta também o desejo da Coréia do Norte realizar testes nucleares.

Pequim e Seul recusaram encontros com o antecessor de Abe, Junichiro Koizumi, devido a sua visita ao santuário Yasukuni, em Tóquio, vista pelos críticos como uma glorificação do passado militar japonês durante a ocupação, entre 1931 e 1945, de partes da China.

O presidente da China, Hu Jintao, classificou a visita do colega japonês como um "ponto de virada" nas relações entre os países, estremecidas por disputas territoriais e de energia.

- A visita está servindo como um ponto de virada nas relações entre China e Japão e eu espero que também sirva como um novo começo para a melhora e o desenvolvimento das relações bilaterais - afirmou Hu a Abe.

A reunião de Abe com Jintao neste domingo é a primeira visita de um premier japonês a Pequim em cinco anos, desde que as relações entre China e Japão azedaram.

- A mudança de governo oferece aos dois lados uma oportunidade para forjar uma nova relação, independentemente do que aconteceu até agora - disse a jornalistas em Pequim um assessor de Abe que pediu para não ter seu nome citado.

Ele repetiu a postura ambígua de Abe em relação à possibilidade de ele visitar o santuário Yasukuni, visto por críticos como símbolo do militarismo japonês passado.

- O senhor Abe acha que essa questão diz respeito a seu coração - disse o assessor, mas acrescentou: - Abe não é nacionalista nem falcão. Ele é realista.

A retomada das conversações de alto nível entre os dois gigantes econômicos do nordeste asiático, cujo relacionamento é complicado também por disputas sobre recursos energéticos e territórios em disputa, se tornou mais crucial ainda desde que, esta semana, a Coréia do Norte anunciou que pretende realizar um teste nuclear.

O assessor se negou a comentar se o Japão sente que a China, tradicional aliada comunista da Coréia do Norte, está ou não fazendo o suficiente para persuadir Pyongyang a não levar o teste adiante, mas disse que a questão será parte importante das conversações que terão lugar no domingo.

Na segunda-feira Abe vai viajar a Seul para uma reunião em cuja pauta a questão da Coréia do Norte também será prioritária.

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