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Bandeiras taiwanesas em Taipei, capital da ilha que desde 1949 é administrada separadamente da China continental
Bandeiras taiwanesas em Taipei, capital da ilha que desde 1949 é administrada separadamente da China continental| Foto: EFE/EPA/RITCHIE B. TONGO

Desde a última sexta-feira (1º), a China já enviou mais de 150 aviões de guerra para a zona de defesa aérea de Taiwan, numa escalada de tensão que já gerou alertas do governo local e reação dos Estados Unidos.

Em reunião no Parlamento taiwanês, o ministro da Defesa, Chiu Kuo-cheng, disse nesta quarta-feira (6) que até 2025 a ditadura comunista será capaz de montar uma invasão “em grande escala” à ilha, que desde 1949 é administrada separadamente da China continental, mas é considerada por Pequim uma extensão do país a ser reincorporada um dia.

Segundo informações da imprensa oficial local, Chiu argumentou que os chineses atualmente já têm a capacidade de atacar, mas teriam que “pagar um preço” que poderá ficar menor até 2025, quando teriam condições mais “maduras” para empreender ações na região do Estreito de Taiwan.

As demonstrações de força feitas por Pequim nos últimos dias teriam o objetivo de dissuadir a ilha de fazer uma declaração de independência formal –  Chiu descreveu as tensões militares na região como “as mais sérias” em mais de 40 anos.

Na terça-feira (5), o presidente americano, Joe Biden, declarou que conversou com o ditador chinês, Xi Jinping, e ambos teriam concordado em “respeitar o acordo de Taiwan”. “Falei com o senhor Xi sobre Taiwan. Concordamos... respeitaremos o acordo de Taiwan. Deixamos claro que não acho que ele deva fazer outra coisa senão cumprir o acordo”, afirmou Biden.

Analistas e o próprio governo de Taiwan especularam sobre o que o presidente americano quis dizer ao fazer a referência ao tratado, e muitos entenderam que Biden estaria se referindo à política de longa data de Washington de “uma China só”, segundo a qual reconhece Pequim ao invés de Taipei. Entretanto, o acordo citado também permite que Washington mantenha um forte relacionamento “não oficial” com Taiwan, e ao longo das décadas os Estados Unidos reiteraram apoio à autodefesa taiwanesa.

Em 1996, quando foram realizadas as primeiras eleições presidenciais por sufrágio universal na ilha, a China tentou interferir no processo ao realizar testes de mísseis; como resposta, os Estados Unidos enviaram porta-aviões para a região.

Nesta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan informou que solicitou esclarecimentos e Washington garantiu que sua política em relação à ilha não havia mudado e que, portanto, continuará ajudando na defesa local.

No domingo (3), o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, havia divulgado um comunicado em que instava Pequim “a cessar sua pressão militar, diplomática e econômica e coerção contra Taiwan”.

“O compromisso dos EUA com Taiwan é sólido como uma rocha e contribui para a manutenção da paz e da estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e na região. Continuaremos com nossos amigos e aliados para promover nossa prosperidade, segurança e valores compartilhados e aprofundar nossos laços com o Taiwan democrático”, afirmou Price.

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