O presidente da China, Xi Jinping, prometeu nesta terça-feira (18) que seu país “jamais buscará a hegemonia”, mesmo num momento em que se aproxima do centro do palco mundial.
Xi falou durante discurso para marcar a celebração de 40 anos de reformas e de abertura econômica da China, conduzidas a partir de 1978 por Deng Xiaoping.
No pronunciamento, Xi disse ainda que as reformas de mercado implementadas pelo ex-líder Deng Xiaoping foram responsáveis por salvar a China de uma situação de quase colapso econômico, na esteira da Revolução Cultural.
Leia também: 5G e a escalada da guerra fria tecnológica entre EUA e China
Xi também manifestou apoio ao sistema multilateral de comércio, mas não fez referências diretas às atuais tensões comerciais com os Estados Unidos. “Ninguém está em posição de ditar aos cidadãos chineses o que deve ou não ser feito”, defendeu, aparentemente aludindo às exigências externas de que a China reconsidere suas políticas protecionistas.
O governo chinês tem procurado minimizar preocupações sobre sua excessiva influência econômica. No discurso, Xi garantiu que a China não vai se desenvolver “às custas dos interesses de outros países”.
“A China possui uma política de defesa que é defensiva por natureza. O desenvolvimento da China não representa ameaça alguma para qualquer país. Não importa que estágio de desenvolvimento o país alcance, a China nunca buscará a hegemonia”, afirmou Xi em seu discurso.
Xi também defendeu a reunificação com Taiwan, considerada por Pequim como uma “província renegada”. “Temos uma vontade política persistente e forte capacidade de proteger a soberania e o território do nosso país. Nem uma polegada de nosso território sagrado será cedida da china”, disse.
Guardião da prosperidade
O discurso de Xi na capital chinesa decepcionou aqueles que esperavam ouvir políticas específicas para conter a desaceleração da economia e mostrar a intenção do país de liberar os seus mercados. Em vez disso, o presidente se concentrou mais nas realizações do Partido Comunista.
O presidente fez uma defesa do Partido Comunista como o “desenhista e o guardião da prosperidade e estabilidade da China”. Os comentários de Xi foram considerados excessivamente elogiosos pelos investidores, que esperavam uma mensagem mais moderada. Xi enfatizou que a China permaneceria no seu caminho, que é o socialismo com características chinesas.
Leia mais: A China é boazinha? Cinco barbaridades cometidas pelo país comunista
