
Ouça este conteúdo
O regime comunista da China pediu nesta quarta-feira (23) que os Estados Unidos abandonem o que classificou como "ameaças e chantagens" caso realmente queiram chegar a um acordo comercial. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, durante uma coletiva de imprensa em Pequim, em meio a expectativas de que o governo Trump reduza as tarifas impostas sobre produtos chineses.
“Nossas portas estão abertas, se os EUA quiserem conversar. Se uma solução negociada é realmente o que os Estados Unidos desejam, eles devem parar de ameaçar e chantagear a China, e buscar um diálogo baseado em igualdade, respeito e benefício mútuo”, afirmou Jiakun, segundo transcrição oficial do governo chinês. Para ele, a estratégia de Washington de pressionar Pequim ao mesmo tempo em que cobra um acordo “simplesmente não funcionará”.
As declarações chinesas ocorrem em paralelo a sinais da Casa Branca de que pode haver um recuo parcial nas tarifas de 145% impostas sobre mercadorias vindas da China. De acordo com o jornal Wall Street Journal, a equipe do presidente Donald Trump avalia alternativas que incluem cortes para patamares de 50%, além de um modelo escalonado com taxas variando entre 35% e 100%, dependendo do tipo de produto.
O próprio presidente mencionou nesta terça-feira (22), durante fala a repórteres no Salão Oval da Casa Branca, que as tarifas atuais seriam “substancialmente reduzidas”, mas advertiu que a alíquota zero não está em discussão.
“Vamos ser muito gentis com a China”, afirmou Trump, adotando um tom otimista sobre a possibilidade de avanço nas negociações.
A decisão final, no entanto, depende de um gesto de Pequim. “O presidente ainda aguarda alguma ação da China antes de tomar qualquer decisão sobre redução de tarifas”, declarou uma fonte da Casa Branca ao WSJ. A fala foi reforçada por Kush Desai, porta-voz da Casa Branca: “O presidente Trump foi claro: a China precisa fechar um acordo com os Estados Unidos da América. Quando as decisões sobre tarifas forem tomadas, elas virão diretamente do presidente. Qualquer outra coisa é pura especulação”.
VEJA TAMBÉM:







