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O governo chinês proibiu que críticos do regime de Pequim deixem o país em razão do temor de que eles participem da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2010, no dia 10. O vencedor, anunciado há dois meses, é o dissidente Liu Xiaobo, condenado a 11 anos de prisão sob acusação de subversão.

A mais recente "vítima" da ofensiva oficial foi o artista plástico Ai Wei Wei, impedido nesta sexta de embarcar em um voo para Seul, capital da Coreia do Sul. No dia anterior, o economista Mo Yushi, de 80 anos, foi barrado no aeroporto quando tentava ir para Cingapura. "Isso me lembra a Revolução Cultural. Eu sou impedido de ir ao exterior e eles me dizem que é pela segurança nacional. É a mesma lógica", afirmou Mo. Cerca de dez ativistas já haviam sido impedidos de deixar o país nas últimas semanas.

A premiação de Liu enfureceu Pequim, que deu início a uma ofensiva global para esvaziar a cerimônia, com ameaças de retaliação aos países que enviarem representantes a Oslo. Rússia Cuba, Marrocos e Iraque estão entre as nações que recusaram o convite para o evento.

Na quinta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Jiang Yu, afirmou que Liu é um criminoso, condenado nos termos da legislação do país.

Desde o anúncio da premiação, as autoridades de Pequim aumentaram a vigilância sobre críticos que poderiam participar do evento e colocaram alguns deles em prisão domiciliar. A mulher de Liu Xiaobo, Liu Xia, está confinada em seu apartamento em Pequim sob constante vigilância policial.

Em uma carta aberta colocada na internet, ela convidou 140 chineses críticos do Partido Comunista a estarem em Oslo no dia 10, mas apenas um confirmou presença até agora: Wan Yanhai. Ativista que defende os direitos dos portadores do vírus HIV, Wan deixou a China em maio e passou a viver nos EUA.

A ausência de parentes de Liu Xiaobo levou o comitê responsável pelo Nobel da Paz a considerar o adiamento da cerimônia. A ideia foi abandonada, mas é provável que o evento ocorra sem a apresentação do prêmio - uma medalha, um diploma e US$ 1,4 milhão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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