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Obama e Jintao, durante entrevista coletiva: chinês deixou claro que relação com os EUA terá de ser baseada no princípio da não interferência | Jim Young/Reuters
Obama e Jintao, durante entrevista coletiva: chinês deixou claro que relação com os EUA terá de ser baseada no princípio da não interferência| Foto: Jim Young/Reuters

Acordo ativa comércio bilateral

Os Estados Unidos anunciaram acordos comerciais com a China que aumentarão suas exportações ao país em cerca de US$ 45 bilhões, um valor significativo considerando que as vendas americanas aos chineses em 2010 totalizaram US$ 82 bilhões. A cifra é pequena, porém, em relação ao déficit no comércio bilateral, chegou a mais de US$ 252 bilhões no ano passado, em detrimento dos EUA.

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Washington - Os presidentes chinês, Hu Jintao, e americano, Barack Obama, fe­­charam ontem um dia de encontros bilaterais marcado por pressão de Washington e resistência de Pequim em relação à questão dos direitos humanos.

As falas de ambos evidenciaram que o futuro da relação entre os dois países continuará a ter com­­petição e discordância, mesmo que envolta em mais diálogo e possível parceria em algumas áreas.

Obama disse que os dois países concordaram em avançar com um diálogo formal sobre direitos humanos. Mas não se esquivou de fazer menções repetidas ao tema.

"A História mostra que sociedades são mais harmoniosas, na­­ções, mais bem-sucedidas e o mun­­do, mais justo quando direitos e responsabilidades de todas [...] as pessoas são mantidos, in­­cluindo os direitos universais de cada ser humano’’, afirmou.

Nobel da Paz em 2009, Obama não se referiu, no entanto, à polêmica mais recente, a concessão do Nobel da Paz de 2010 para o ativista chinês Liu Xiaobo, prisioneiro de Pequim.

Mais tarde, em entrevista coletiva, Obama destacou que os EUA acreditam que alguns valores de direitos humanos transcendem diferenças culturais e históricas. Hu respondeu com generalidades. Disse que a China respeita a "universalidade dos direitos hu­­manos’’ e que seu país "ainda precisa fazer muito’’ sobre o tema.

Também afirmou que a China é um país em desenvolvimento interessado em democracia, e que, apesar de os dois países discordarem, os chineses podem aprender com boas práticas.

Mas deixou claro mais de uma vez que a relação com os EUA terá de ser baseada em respeito à soberania e princípios de não interferência.

Foi uma mensagem não apenas aos EUA de que a China não cederá em pontos sob disputa, mas também ao público interno chinês.

Sob escrutínio estão, além do tratamento de Pequim a dissidentes, a integridade territorial do país, como nas disputas chinesas sobre o Tibete e Taiwan.

Ambos são fonte de fricção com os EUA. Pequim ficou furiosa por exemplo com a venda de ar­­mas americanas a Taiwan. Mas a Casa Branca tem dosado suas posições. Obama já recusou um en­­contro com o dalai lama em Wa­­shington. Quando o recebeu, foi a portas fechadas.

O americano também respondeu com cuidado ontem a perguntas sobre os efeitos da desvalorização da moeda chinesa, o yuan, no desemprego nos Estados Uni­­dos. Tentou destacar as responsabilidades fiscais dos EUA em vez de criticar Hu.

O presidente americano não foi o único a pressionar a China ontem. A secretária de Estado, Hillary Clinton, deixou claro que a China continuará a ser um competidor para os EUA no futuro e foi além – indicou que ainda não está claro se os dois países poderão ser parceiros em algumas áreas.

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