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A China anunciou hoje um reforço nas checagens de segurança em sua frota aérea, que cresce de tamanho rapidamente. Ao mesmo tempo, um alto funcionário do setor defendeu a segurança do remoto aeroporto onde ocorreu um acidente na terça-feira, matando 42 pessoas.

O avião modelo ERJ-190, fabricado pela brasileira Embraer, varou a pista no fim da terça-feira, no aeroporto de Lindu, perto da cidade de Yichun, em meio a uma forte neblina. Cinquenta e quatro pessoas sobreviveram ao acidente no nordeste do país. O gerente geral da companhia responsável pelo voo, a Henan Airlines, foi retirado do posto. Li Qiang foi substituído por Cao Bo, informou ontem a agência de notícias estatal Xinhua.

As maiores companhias aéreas realizaram reuniões de emergência para revisar seus procedimentos de segurança aérea, segundo a Xinhua. Já o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao ordenaram uma investigação completa do acidente. Os dois líderes também pediram inspeções abrangentes na rede aérea do país, para "eliminar quaisquer riscos de segurança".

A China tem mais de 1.300 aviões de passageiros em sua frota civil, que se expande rapidamente, conforme o crescimento econômico do país eleva a demanda por mais tráfego aéreo. Dados oficiais sustentam que o tráfego aéreo no país deve crescer 13% este ano, em comparação com o ano anterior, chegando a 260 milhões de passageiros. A China deve mais que dobrar sua frota aérea civil nas próximas décadas.

No acidente de terça-feira, uma investigação preliminar aponta que o avião ultrapassou a pista e colidiu, causando uma explosão e um incêndio, segundo a Xinhua. A caixa-preta da aeronave foi recolhida ontem para análises.

Temores

O jornal Southern Daily informou que o avião havia realizado nove voos na terça-feira, especulando se essa carga de trabalho poderia ter contribuído para o acidente. A mídia estatal, porém, também informou sobre os vários temores envolvendo o aeroporto de Lindu, que abriu no fim do ano passado e fica em meio a um vale com uma floresta, cercado por montanhas. Em setembro, a China Southern Airlines suspendeu seus voos nesse aeroporto, por questões de segurança.

O vice-diretor da Administração de Aviação Civil da China, Li Jian, disse que o pequeno aeroporto atende a todas as exigências de segurança. "Não é comparável aos grandes aeroportos, mas os padrões de segurança estão garantidos", disse Li, segundo a Xinhua. O aeroporto reabriu hoje após passar um dia fechado.

A brasileira Embraer, fabricante do avião que se acidentou, ofereceu suas condolências às vítimas e anunciou o envio de uma equipe de técnicos para ajudar na investigação. A empresa afirmou que este foi o primeiro acidente fatal envolvendo uma de suas aeronaves.

A companhia brasileira é a terceira fabricante do mundo de aviões para voos comerciais, atrás da Boeing e da Airbus, que fornecem a maior parte da frota chinesa. As companhias da China operam 30 modelos ERJ-190. A Henan Airlines opera quatro desses modelos, sem incluir o que se acidentou.

A Xinhua informou, porém, que as companhias chinesas haviam relatado anteriormente às autoridades problemas com aviões do modelo ERJ-190. O acidente da terça-feira foi o maior no país asiático desde novembro de 2004, quando um avião da China Eastern Airlines caiu matando 55 pessoas.

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