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Retaliação

China suspende exportações de minerais raros em meio à guerra tarifária contra os EUA

China suspende exportações de minerais raros em meio à guerra tarifária contra os EUA
Ditador da China, Xi Jinping, e o presidente dos EUA, Donald Trump: países vivem guerra comercial (Foto: EFE/EPA/WU HAO/SHAWN THEW / POOL)

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O regime comunista da China suspendeu a exportação de certos minerais e terras raras usados em setores estratégicos da indústria americana como o automotivo, o aeroespacial, o de semicondutores e o de defesa. A decisão, que afeta diretamente empresas dos EUA, foi tomada após o presidente Donald Trump anunciar no começo deste mês um aumento nas tarifas de importação contra produtos chineses, que já está em 145%, segundo informações publicadas pelo jornal The New York Times neste domingo (13).

A suspensão das exportações desses minerais pela China entrou em vigor em 4 de abril, quando Pequim passou a exigir licenças especiais para a venda deles. O regime chinês ainda não implementou um sistema efetivo para emissão dessas licenças, o que resultou na paralisação de embarques em diversos portos do país.

De acordo com o Times, apesar de as exportações de ímãs representarem uma fatia pequena das vendas totais da China, o impacto global é considerável. Para Pequim, segurar os embarques gera pouco prejuízo econômico, mas impõe grande pressão sobre indústrias americanas e aliadas — como as do Japão e da Alemanha — que também foram afetadas.

“Drones e robótica são amplamente considerados o futuro da guerra, e com base em tudo o que estamos vendo, os insumos críticos para essa cadeia de suprimentos estão bloqueados”, afirmou James Litinsky, CEO da MP Materials, empresa que opera a única mina de terras raras dos Estados Unidos.

Cerca de 90% dos ímãs de terras raras do planeta são produzidos na China, e o país também controla quase 100% da produção de metais pesados usados nesses materiais, como o térbio e o disprósio.

Para reduzir a dependência da indústria americana por minerais e terras raras da China, o governo Trump tem negociado um acordo com a Ucrânia para explorar tais minerais que estão no país, que atualmente combate as forças do regime russo.

Segundo informações, a Ucrânia possui reservas significativas de matérias-primas essenciais e de terras raras necessárias ao desenvolvimento de tecnologias de ponta.

Segundo o Ministério da Economia da Ucrânia, o país detém 22 das 34 matérias-primas listadas como "críticas" pela União Europeia, incluindo lítio, titânio e urânio.

O acordo entre os EUA e a Ucrânia prevê que os Estados Unidos obtenham receitas da exploração mineral como “reembolso pela ajuda militar fornecida à Ucrânia”. Além disso, os EUA teriam interesse nas reservas ucranianas de petróleo e gás natural, que poderiam abastecer o fundo de receitas previsto no acordo. O presidente Volodymyr Zelensky tem contestado este acordo porque o governo Trump se recusa a mencionar explicitamente garantias de segurança para Kiev.

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