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Os chineses entraram num jogo de gato e rato com os censores no popular microblogue Weibo, semelhante ao Twitter, para expressar apoio ao dissidente e advogado chinês cego Chen Guangcheng, que conseguiu escapar da prisão domiciliar, enquanto o governo da China continua mantendo silêncio sobre o que aconteceu com ele depois da fuga.

Nem a China nem os Estados Unidos fizeram comentários sobre se Chen buscou refúgio na embaixada norte-americana em Pequim, como dizem ativistas e um diplomata estrangeiro, em um drama que ameaça ofuscar um encontro de dois dias de representantes dos dois países em Pequim, a partir de quinta-feira, embora ambos os lados digam que o evento seguirá conforme o previsto.

Os censores chineses, encarregados do que pode e não pode ser transmitido online, estão encontrando dificuldades para fazer seu trabalho. Eles agiram rapidamente para vetar nas buscas as palavras "homem cego", que antes estavam sendo amplamente empregadas para discutir assuntos relacionados a Chen. Depois, passaram a bloquear palavras relacionadas a "embaixada".

Sem se deixar vencer, o que mostra o status de Chen como uma espécie de herói para muitos chineses por sua iniciativa de contestar abusos de poder, muitos chineses estão usando outras palavras para contornar as restrições, como costumam fazer quando se trata de notícias "sensíveis".

"Incrível! É verdade, o advogado cego foi salvo", escreveu "Sikeyadi", cuja foto no perfil é de um homem usando óculos escuros, atrás das grades. ""A luz da liberdade brilha com força, aqueles funcionários caninos têm de ser expulsos do país."

""As realizações deste advogado cego me levam a dizer de modo ousado e afirmativo que na China nós temos homens verdadeiramente intrépidos", acrescentou Sikeyadi.

""Realmente espero que o advogado cego finalmente consiga agora alguma justiça", escreveu.

As críticas aos Estados Unidos no Weibo se direcionaram principalmente a seu apoio às Filipinas, atualmente envolvida em uma disputa com a China por atóis no Mar do Sul da China.

Advogado autodidata, Chen atuou contra a esterilização de mulheres e os abortos forçados na China, parte da política chinesa de um filho por família, e era mantido em confinamento extrajudicial na sua casa em seu vilarejo-natal, Linyi, desde setembro de 2010, quando foi libertado da prisão.

Seu confinamento com a família sob estrita vigilância de guardas e os espancamentos esporádicos provocaram protestos de simpatizantes na China e críticas de governos estrangeiros e grupos defensores dos direitos humanos.

Apesar da implacável campanha da China contra "rumores" e outros conteúdos da Internet considerados subversivos pelo governo chinês, direcionada principalmente aos microblogues, os usuários se tornaram hábeis em contornar essas limitações, como demonstra o drama de Chen.

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