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Manifestantes atacam um carro durante protesto em Acapulco | José Luis de la Cruz/Efe
Manifestantes atacam um carro durante protesto em Acapulco| Foto: José Luis de la Cruz/Efe

Um homem morreu e mais de 100 professores foram detidos após os enfrentamentos ocorridos na noite de terça-feira com policiais no porto mexicano de Acapulco, informaram fontes sindicais. Manuel Salvador Rosas, membro da Coordenadoria Estadual dos Trabalhadores da Educação de Guerrero (Ceteg), disse à Rádio Fórmula que a vítima fatal é o professor aposentado Claudio Castillo Peña, de 65 anos.

“Ele morreu às 4h local (8h, em Brasília) pelos golpes que recebeu”, disse Rosas, que acrescentou que Peña era um dos professores “detidos que foram levados aos hospitais de Acapulco”, no sulista estado de Guerrero. O subsecretário de Defesa Civil de Guerrero, Raúl Milliani, confirmou à mesma emissora a morte do professor aposentado, que -disse- foi levado de uma ambulância da corporação até um hospital com “traumatismo craniano”.

O advogado dos familiares dos 43 estudantes desaparecidos há quase cinco meses em Guerrero, Vidulfo Rosales, informou que, dos 106 professores detidos, 99 já foram libertados. “Temos conhecimento que 99 foram libertados e que estariam faltando sete”, disse Rosales, que denunciou um uso “irracional e excessivo” da força pelos policiais. “Não havia necessidade de matar uma pessoa, eles já tinham controlado a situação”, comentou.

Após um bloqueio de várias horas da via em direção ao aeroporto de Acapulco por parte de integrantes da Ceteg e de um infrutífero diálogo com as autoridades, um grupo de manifestantes atingiu com um ônibus o cerco de agentes federais que fazia a segurança do acesso ao terminal aéreo. Rosas assinalou que a Ceteg se exime “totalmente desse caminhão que chegou a atacar não só os membros da Polícia Federal, mas os companheiros que tentavam conter a público para que não caísse nas provocações”.

Os agentes responderam à agressão com o uso de bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, o que derivou em um enfrentamento no qual os professores utilizaram paus, canos e pedras. A Secretaria de Governo (Interior) indicou ontem à noite em comunicado que nos incidentes ficaram feridos pelo menos sete policiais e cinco professores, e também disse que havia detidos, mas não precisou o número.

A manifestação, que começou por volta das 11h local (15h, em Brasília) em reivindicação do pagamento de salários atrasados e outras exigências, foi dispersada oito horas depois pela Polícia Federal. A Ceteg realizou várias manifestações, algumas delas violentas, contra a reforma educativa promulgada em 2013, que eliminou privilégios dos agrupamentos gremiais na contratação, permanência e promoção do pessoal docente.

Além disso, a Ceteg se somou aos protestos pelo desaparecimento dos 43 estudantes da escola de magistério de Ayotzinapa nas mãos de policiais e membros do crime organizado, ocorrida em 26 de setembro de 2014 em Iguala (Guerrero).

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