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Uma das maiores defensoras dos sistemas de espionagem americanos, a senadora Dianne Feinstein (democrata da Califórnia) acusou hoje a CIA de invadir computadores da equipe da Comissão de Inteligência do Senado, da qual é presidente.

Para ela, a CIA espionou a equipe responsável por supervisionar a prática de interrogatórios e prisões feitas pelo órgão, programa encerrado oficialmente em 2009, quando o presidente Barack Obama chegou ao poder.

"É uma ação potencial para intimidar nossa equipe", discursou no plenário do Senado. Em 2010, a CIA removeu documentos dos computadores de sua equipe.

Ela disse que esperava um pedido de desculpas e um reconhecimento de que se tratava de um comportamento "impróprio", mas não recebeu "nenhum dos dois".

Aos 80 anos, a mais veterana senadora do país, ex-prefeita de San Francisco, chamou repetidas vezes o ex-analista Edward Snowden de "traidor" por ter revelado a espionagem da agência de segurança NSA contra americanos e estrangeiros. Mas se demonstrou bastante irritada pela espionagem contra a sua equipe feita pela CIA.

No plenário do Senado, Feinstein insinuou que a CIA talvez tenha violado leis federais e que minou o direito constitucional do Congresso de supervisionar o trabalho do Poder Executivo e da separação entre os Poderes da República.

"Não vou encarar esse problema de forma leve", disse. Para a senadora, é um momento "definitivo" sobre a supervisão legislativa da inteligência.

O diretor da CIA, John Brennan, negou as acusações de Feinstein. "Nada pode ser mais distante da verdade", disse, durante uma palestra no Council on Foreign Relations, um centro de estudos. "Não faríamos isso. Não tentamos bloquear nada. Essa questão está sendo lidada de forma apropriada".

As denúncias estão sendo averiguadas pelo inspetor geral da CIA e pelo Departamento de Justiça.

Brennan pediu que os críticos esperem os resultados das investigações.

Na semana passada, a CIA disse que a busca nos computadores aconteceu para descobrir como a comissão teve acesso a um documento interno sobre as detenções --o texto foi usado por parlamentares democratas críticos da agência.

Feinstein negou que a comissão tivesse obtido o documento de forma imprópria. Ela disse que a informação estava nas páginas entregues pelo próprio órgão ao Senado para que conduzisse a investigação.

Da Rússia, onde se encontra asilado, Edward Snowden acusou a "hipocrisia" da senadora em se rebelar apenas quando ela própria foi alvo de espionagem.

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