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Estados Unidos

CIA mantém prisões secretas no exterior, diz jornal

Reportagem afirma que prisioneiros da Al Qaeda são mantidos em rede secreta de prisões, em condições ilegais nos EUA

Em reportagem publicada nesta quarta-feira, o jornal americano "Washington Post" afirma que a CIA tem escondido e interrogado integrantes da rede terrorista Al Qaeda numa instalação secreta na Europa Oriental, parte de um sistema global de prisões que inclui construções em oito países e foi criado após os ataques de 11 de setembro.

A rede secreta de prisões inclui diversas democracias da Europa Oriental, assim como a Tailândia e o Afeganistão, afirma o jornal, que não publicou os nomes dos países a pedido de altas autoridades do governo americano. O jornal diz que a CIA usa essas instalações para manter os prisioneiros em condições de isolamento que são ilegais nos Estados Unidos.

A reportagem deve aumentar as críticas sobre o tratamento dispensado a prisioneiros pelo governo de George W. Bush. A Rússia e a Bulgária imediatamente negaram a existência de qualquer prisão secreta em seu território, assim como a Tailândia.

Prisões são chamadas de 'pontos negros'. O jornal, que atribuiu as informações em que se baseia a reportagem a autoridades dos EUA e de outros países, disse que a existência e a localização das prisões eram conhecidas por poucos integrantes do governo americano e, geralmente, apenas pelo presidente e altas autoridades dos serviços de inteligência do país hospedeiro.

A CIA não reconhece a existência de uma rede secreta de prisões, segundo o jornal. O porta-voz da Casa Branca, Scott McClelan, foi evasivo ao comentar o assunto:

- Não vou entrar em atividades específicas de inteligência. O que tenho a dizer é que a maior responsabilidade do presidente é proteger o povo americano.

De acordo com o "Washington Post", as prisões são chamadas de "pontos negros" nos documentos secretos dos EUA e quase nada é sabido sobre os detidos, sobre como são interrogados ou sobre as decisões a respeito do período de detenção.

Prisioneiros não têm direitos. Na terça-feira, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, rejeitou um pedido de investigadores da ONU que desejavam se encontrar com presos na base de Guantanamo, em Cuba. O Senado aprovou, em outubro, uma emenda para regulamentar o tratamento de presos militares pelo Pentágono, estabelecendo regras para interrogatórios e tratamento, apesar da forte oposição da Casa Branca.

Cerca de 30 suspeitos importantes de terrorismo foram mantidos nas prisões secretas. Mais de 70, considerados menos importantes, foram entregues a serviços estrangeiros de inteligência, disse o jornal. Os 30 principais prisioneiros da Al Qaeda estão isolados do mundo exterior, não têm direitos legais reconhecidos e ninguém fora da CIA tem permissão para falar com eles ou vê-los.

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