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Segurança

CIA vai fechar centros secretos onde era praticada tortura

“A CIA não tolera, e vai continuar a relatar imediatamente, qualquer comportamento inapropriado ou acusações de abuso.” Leon Panetta, diretor da Cia | Jason Reed/Reuters
“A CIA não tolera, e vai continuar a relatar imediatamente, qualquer comportamento inapropriado ou acusações de abuso.” Leon Panetta, diretor da Cia (Foto: Jason Reed/Reuters)

Washington - A CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, vai desativar os chamados "locais negros" (black sites) onde suspeitos de terrorismo eram interrogados com técnicas violentas, como a simulação de afogamento. O anunciou foi feito pelo diretor da agência, Leon Panetta.

Em carta a funcionários, Panetta relatou ter informado o Congresso sobre as políticas carcerárias da CIA, cumprindo uma ordem baixada em janeiro pelo presidente Barack Obama, que proibiu os interrogatórios violentos e determinou que os centros secretos fossem fechados. Ele disse também que a agência suspendeu o uso de empregados terceirizados para fazer os interrogatórios, o que muitos parlamentares consideravam que facilitava abusos.

Os centros secretos, atualmente vazios, ficam em países não-identificados e foram usados para manter suspeitos capturados como parte da "guerra ao terrorismo" movida pelo governo de George W. Bush depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Os EUA nunca revelaram onde ficam as prisões mas, segundo relatos de imprensa, Jordânia, Afeganistão e Tailândia receberam presos.

A CIA admite que submeteu pelo menos três suspeitos à simulação de afogamento nesses locais — Khalid Sheikh Mohammed, acusado de ser o mentor do 11 de Setembro, e os supostos militantes da Al Qaeda Abu Zubayhda e Abd Al Rahim Al Nishiri.

Panetta disse que a CIA vai continuar interrogando suspeitos quando for necessário, mas que usará "um estilo de diálogo no questionamento, que é plenamente consistente com as abordagens de interrogatórios autorizadas e listadas pelo Manual de Campo do Exército".

Ativistas dos direitos humanos dizem que algumas políticas do governo Obama não garantem tratamento humano a suspeitos de terrorismo detidos no exterior, e pedem às autoridades atuais que investiguem e divulguem de forma mais incisiva os abusos ocorridos no governo Bush.

Mais dinheiro

O governo Obama pediu na quinta-feira ao Congresso a aprovação de um pacote adicional de US$ 83,4 bilhões para despesas militares no Iraque e no Afeganistão. O pedido contradiz as posições defendidas por Obama quando era senador e opositor ao governo Bush, época em que rejeitava aumentar gastos com tropas no exterior.

O plano do presidente democrata, que visa principalmente financiar o reforço de contingente no Afeganistão, elevaria o custo das duas guerras para quase US$ 1 trilhão desde o 11 de Setembro.

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