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Uma cientista russa está detida há quase dois meses em um centro de detenção no estado da Louisiana, nos Estados Unidos, após ter esquecido de declarar amostras de pesquisa que trazia consigo ao voltar de férias de Paris, na França.
Formada na Rússia em Bioinformática (área da ciência que analisa e interpreta dados biológicos) Kseniia Petrova, de 30 anos, está confinada desde o dia 16 de fevereiro, quando trazia consigo embriões de sapo para um trabalho científico que seria desenvolvido por um de seus mentores, na renomada Universidade de Harvard. Parada pela alfândega dos EUA, Petrova não declarou as amostras e foi detida pela violação.
Crítica do governo ditatorial de Vladimir Putin, a cientista russa já se pronunciou contrária à invasão russa na Ucrânia. Amigos e companheiros de trabalho da cientista agora temem que ela seja deportada de volta à Rússia, onde acreditam que a pesquisadora seria presa por traição.
Um porta-voz de Harvard disse essa semana que a instituição “está engajada com o advogado da Sra. Petrova” e tem “acompanhado de perto as rápidas mudanças no no cenário da política de imigração e as implicações para seus acadêmicos e estudantes internacionais”.
Em uma publicação no Facebook, uma companheira de trabalho da cientista russa, Cora Anderson, afirmou que teve informações de que a pesquisadora teria sido movida de Vermont, estado próximo da divisa dos EUA com o Canadá, para um estabelecimento na Louisiana.
“Inicialmente não tínhamos ideia do que tinha acontecido com ela, uma vez que ela era incapaz de enviar mensagens ou fazer quaisquer chamadas sobre a detenção. Onde ela está agora é uma prisão que tem espaço alugado pelo ICE e é mantida em um quarto com mais de 80 outras mulheres presas”, escreveu Anderson.
De acordo com o jornal The New York Times, uma audiência no tribunal de imigração que discutirá a situação da cientista russa está marcada para maio. A defesa da cientista planeja pedir asilo nos EUA.
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