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A moda das tatuagens é bem mais antiga do que se pensa. Um estudo publicado na revista científica "Journal of Cultural Heritage" descobriu que Ötzi, uma múmia com idade estimada em 5.300 anos, possui nada menos que 61 delas espalhadas pelo corpo, de tamanhos que variam entre 0,7 e 4 centímetros. As marcas são, em sua maioria, grupos de até quatro linhas paralelas, mas também incluem duas cruzes.

Já era sabido que Ötzi, também conhecido como "homem do gelo", possuía tatuagens, mas não se imaginava que eram tantas. Devido ao enegrecimento da pele causada pelo tempo, muitas delas passavam despercebidas por análises a olho nu.

A nova descoberta foi conduzida por Marco Samadelli, pesquisador da Eurac - Instituto para Múmias e o Homem do Gelo. Com o uso de modernas técnicas de fotografia, que envolvem análises em comprimentos de onda que vão do infravermelho ao ultravioleta. Dessa forma, foi possível visualizar tatuagens em camadas mais profundas da pele.

"Cada fotografia foi tirada sete vezes, usando um comprimento de onda diferente em cada vez. Isso nos permitiu cobrir diferentes profundidades em quais o pó de carbono usado para as tatuagens estava depositado. As ondas ultravioletas são adequadas para camadas mais superficiais, enquanto a luz infravermelhra serve para camadas mais profundas", explicou Samadelli.

As fotografias multiespectrais foram tiradas de várias posições, dentro da sala refrigerada no Museu de Arqueologia South Tyrol, na Itália, onde o corpo está armazenado.

As tatuagens são distribuídas por todo o corpo, mas as mais intrigantes foram as descobertas sobre a caixa torácica. Até então, pesquisadores achavam que as marcas em Ötzi seriam parte de algum tratamento terapêutico, algo como uma acupuntura para aliviar dores nas juntas. As tatuagens no peito jogam nova luz sobre o debate se elas teriam significado terapêutico, simbólico ou religioso.

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