Pesquisadores dos Estados Unidos anunciaram neste domingo ter descoberto um método mais eficiente de clonar ratos de laboratório. Segundo o estudo, que estará na próxima edição da revista "Nature Genetics", o experimento resolve uma questão básica sobre clonagem: se realmente é possível clonar animais a partir de células maduras.
O pesquisador Tao Cheng, da Universidade de Pittsburgh, e Jerry Yang, da Universidade de Connecticut, clonaram ratos usando células brancas sangüíneas totalmente diferenciadas, ou maduras, chamadas granulócitos. Eles usaram a transferência nuclear de célula somática, na qual o núcleo de uma célula do animal a ser clonado é injetado em um óvulo cujo núcleo foi retirado.
O estudo reacende as esperanças de pesquisadores que querem usar a tecnologia de clonagem na medicina. Os patrocinadores da assim chamada "clonagem terapêutica" querem um dia ser capazes de tomar uma célula única de um paciente, possivelmente uma célula da pele, e usá-la para gerar tecido feito sob medida ou transplantes de órgãos.
A equipe de Yang tentou a clonagem usando células do sangue em vários níveis de desenvolvimento, desde a etapa de células-tronco até a maturidade completa, chamada de diferenciação total.
- A eficiência aumentou à medida que nós pegávamos células mais diferenciadas. Isso foi muito, muito surpreendente, muito chocante para nós - disse Jerry Yang da Universidade de Connecticut.
Só os granulócitos completamente maduros foram capazes de produzir dois filhotes vivos, apesar de que ambos morreram poucas horas depois do nascimento, reportaram os pesquisadores.
- Até nós ficamos surpresos ao descobrir que células completamente diferentes eram mais eficientes para clonagem, porque granulócitos não são capazes de se dividir - Cheng declarou. - De fato, nós repetimos nossos experimetos seis vezes, só para confirmar. Agora podemos dizer com certa garantia que células completamente diferenciadas, como um granulócito, retém a capacidade genética de se transformar num tipo de semente de que podem brotar todos os tipos de célula necessários para o desenvolvimento de um organismo completo.
Sempre Dolly
A ovelha Dolly gerou manchetes ao redor do mundo em 1997 por ser o primeiro mamífero a ser clonado de uma célula adulta - uma célula tomada de um animal crescido. Animais já tinham sido clonados usando células de fetos e embriões, mas não de animais adultos.
Mas alguns cientistas argumentaram que, na verdade, o tecido maduro é velho demais para ser regenerado, e que Dolly e centenas de bois, porcos e outras criações clonadas que vieram em seguida foram de fato criadas usando células-tronco ou similares por acaso.
Essas células-mestras do corpo conservam uma capacidade de formar vários tecidos, e elas são não sempre fáceis escolher fora das outras células em volta.
Segundo Jerry Yang, a clonagem é ainda muito difícil de fazer. Aproximadamente só dois ou três entre cem tentativas geralmente funcionam.
- Isso foi visto como uma evidência circunstancial de que foram as células-tronco que tiveram sucesso na clonagem. A questão é importante porque a taxa de êxito da clonagem reprodutiva é ainda bastante baixa - Yang disse em uma entrevista telefônica.



