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"Lobo-terrível'

Cientistas anunciam volta à vida de espécie de lobo extinta há mais de 12 mil anos

O lobo-terrível se tornou o primeiro animal "desextinto" da história (Foto: Reprodução/Colossal Biosciences)

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Cientistas americanos da empresa de biotecnologia e engenharia genética Colossal Biosciences anunciaram que trouxeram de volta à vida o lobo-terrível, espécie que estava extinta há mais de 12.500 anos. O marco, divulgado pela própria empresa nesta segunda-feira (7), é resultado de um complexo processo de edição genética que deu origem a três filhotes vivos — dois machos, Romulus e Remus, e uma fêmea, batizada de Khaleesi — considerados os primeiros representantes de uma espécie oficialmente desextinta.

Os lobos-terríveis, conhecidos por seu porte avantajado e por inspirarem os lobos da série "Game of Thrones", produzida pela HBO e baseada nos livros homônimos, foram recriados a partir de DNA coletado de fósseis: um dente com cerca de 13 mil anos e um crânio de 72 mil anos. Com base nesse material genético, a Colossal Biosciences editou 20 genes de lobos-cinzentos modernos, conferindo aos novos animais traços típicos do lobo-terrível original — como mandíbulas mais fortes, pelagem espessa e clara, além de um tamanho superior ao do lobo comum.

A empresa classifica o feito como “a primeira desextinção bem-sucedida” da história. Após as modificações genéticas, embriões foram gerados e implantados em fêmeas caninas que serviram como mães de aluguel. O resultado foi o nascimento dos filhotes, agora em desenvolvimento sob cuidados especiais. Romulus e Remus têm seis meses de idade, enquanto Khaleesi — nome dado em referência à personagem Daenerys Targaryen, da série da HBO — está com dois meses.

“Embora muitas pessoas vejam esses lobos como criaturas mitológicas que só existem em um mundo de fantasia, eles têm uma rica história de contribuição para o ecossistema americano”, declarou George R.R. Martin, criador da série de livros que deu origem a "Game of Thrones" e atualmente assessor cultural da Colossal Biosciences.

A empresa também divulgou um vídeo dos filhotes uivando, publicado na rede social X. Os três animais vivem em uma reserva ecológica nos Estados Unidos, certificada pela American Humane Society. O espaço conta com zonas de interação e monitoramento em tempo real feito por drones, profissionais especializados e câmeras de segurança, garantindo bem-estar e proteção para os filhotes.

O lobo-terrível habitou o continente americano durante o Pleistoceno, entre 3,5 e 2,5 milhões de anos atrás, até sua extinção no fim da última era glacial, por volta de 13 mil anos atrás. Segundo a Colossal, esses animais podiam ser até 25% maiores que os lobos-cinzentos, o que os colocava entre os maiores predadores de sua época.

A imagem do lobo-terrível transcendeu a paleontologia e se tornou ícone da cultura pop. Além de "Game of Thrones", a criatura aparece com frequência em jogos de RPG como "Dungeons and Dragons" e videogames como "World of Warcraft", alimentando o imaginário coletivo em torno de sua força e imponência.

A Colossal Biosciences é a mesma empresa que conduz projetos de desextinção de outras espécies, como o mamute-lanoso. Com o avanço das tecnologias genéticas, a empresa defende que resgatar espécies extintas pode ser uma ferramenta para restaurar ecossistemas e reforçar a biodiversidade. A recriação do lobo-terrível inaugura uma nova fase desse esforço.

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