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Traços químicos deixados em rochas de 635 milhões de anos em Omã representam o mais antigo sinal de vida animal, disseram pesquisadores nesta quarta-feira (4).

As conclusões, publicadas cerca de uma semana antes do 200o aniversário de Charles Darwin, também são prova dos organismos simples que o naturalista inglês sugeriu terem existido antes que as espécies evoluíssem para formas mais complexas.

"Basicamente, encontramos um fio daquela evidência que ele previra que deveria estar ali", disse Roger Summons, geobiólogo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), participante do estudo.

"Há uma grande riqueza de evidências de que essas esponjas foram os primeiros organismos multicelulares a existirem", afirmou.

Usando uma análise química de moléculas de rochas datadas de 635 milhões de anos atrás, os pesquisadores descobriram uma forma modificada de colesterol que só é produzida por esponjas.

Isso sugere que as criaturas existiam antes de uma monstruosa era glacial ocorrida há cerca de 630 milhões de anos, uma descoberta interessante, segundo Summons, porque muitos cientistas acreditam que os períodos de congelamento desencadearam o desenvolvimento de formas complexas de vida.

Essas formas animais simples surgiram cerca de 200 milhões de anos antes das primeiras plantas terrestres, segundo o cientista. A primeira bactéria e outras formas unicelulares apareceram há cerca de 2,5 bilhões de anos.

Os fósseis animais mais antigos visíveis em rochas têm cerca de 580 milhões de anos, mas o artigo publicado na revista Nature mostra que a busca por sinais moleculares também é uma ferramenta importante na compreensão evolutiva, segundo Summons.

"Quem procura fósseis na rocha normalmente só considera o quadro visível", disse ele por telefone. "Isso está demonstrando que essa não é a única evidência que devemos procurar."

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