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Pesquisa

Cientistas examinam vírus da Aids em 3 dimensões

Cientistas americanos conseguiram examinar mais de perto, em três dimensões, as proteínas na superfície do vírus HIV, responsável pela Aids, o que pode acelerar a busca por uma vacina. Essas proteínas, chamadas gp120 e gp41, permitem que o vírus HIV se combine e se funda a células humanas.

- Pela primeira vez,conseguimos uma visão realmente boa de todo o vírus, a ponto de vermos os esporões na sua superfície - disse o professor Kenneth Roux, da Universidade Estadual da Flórida em Tallahassee.

As proteínas, as duas únicas moléculas existentes na superfície do vírus, são alvos óbvios para a vacina contra a Aids, doença que já matou mais de 25 milhões de pessoas desde que o primeiro caso foi reportado, em 1981.

Dezenas de vacinas, usando diferentes abordagens, vem sendo testadas, sem eficácia, em todo o mundo. Roux acredita que os sucessivos fracassos obtivos até agora se devem, em grande parte, ao fato de que ninguém sabe exatamente como os esporões das proteínas são formados, embora sua existência já fosse conhecida.

- Sem essa informação, o desenvolvimento da vacina é como um tiro no escuro - disse ele.

Roux e sua equipe usaram uma técnica chamada 'tomografia de microscopia crioeletrônica' para observar essas estruturas intactas do HIV.

Suas conclusões, divulgadas no site da revista "Nature", mostram que os esporões consistem em três proteínas gp120, que formam a parte penetrante, e três proteínas gp41, que formam o talo.

- Uma das maiores surpresas é o talo, que é um dos principais componentes e se chama gp41. Em vez de ser uma coleção muito unida de três varas, é mais como um tripé, no qual as três pernas estão espalhadas sobre a superfície do vírus - disse Roux.

- Já há dois laboratórios, que eu saiba, que receberam esta informação e a estão usando para redefinir a vacina - afirmou.

Os cientistas ainda não haviam examinado esporões intactos do vírus com tamanho detalhamento, porque a tecnologia só foi aperfeiçoada nos últimos anos.

Roux e sua equipe esperam obter mais informações sobre como os talos dos esporões se juntam. Eles também podem usar a tecnologia para examinar outros vírus.

Há mais de 40 milhões de portadores de HIV no mundo, dos quais cerca de 25 milhões na África subsaariana.

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