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Donald e Melania Trump embarcam em Londres, no Air Force One, para irem à Escócia, último ponto de parada antes da reunião de cúpula com o presidente russo Vladimir Putin, na segunda, em Helsinque, na Finlândia | BRENDAN SMIALOWSKI/AFP
Donald e Melania Trump embarcam em Londres, no Air Force One, para irem à Escócia, último ponto de parada antes da reunião de cúpula com o presidente russo Vladimir Putin, na segunda, em Helsinque, na Finlândia| Foto: BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

O presidente americano Donald Trump concluiu a sua visita de trabalho ao Reino Unido. Nesta sexta, voltou-se a encontrar com a primeira-ministra Theresa May e tentou se desculpar das declarações dadas ao jornal The Sun, na qual criticou a forma com que está sendo conduzido o processo de saída do Reino Unido da União Europeia e elogiou um adversário político de May. 

Também encontrou-se com a rainha Elizabeth 2ª e foi criticado por internautas por ter caminhado à frente da monarca. E os protestos contra ele, concentrados principalmente na região central de Londres, continuaram.

Chá com a Rainha 

O presidente americano, Donald Trump, visitou o castelo de Windsor, onde foi recebido pela rainha Elizabeth 2ª. Apesar de a viagem de Trump ao Reino Unido não ser uma visita oficial, ele foi recebido com uma banda militar ao chegar ao local, onde ele e Melania, a primeira-dama, tomaram chá com a rainha. 

A presença de Trump em Windsor foi duramente criticada nas mídias sociais. Um dos motivos foi ele ter caminhado à frente da rainha. Muitos usuários das redes sociais questionaram se ele e a primeira-dama romperam com o protocolo real quando optaram por cumprimentar a rainha em vez de se curvarem ou fazerem reverências. Este, entretanto, é um gesto opcional, e escolher não fazê-lo não rompe com o protocolo. Embora a reverência não seja uma regra inflexível, alguns acreditam que seja obrigatória. 

Trump se junta agora à longa lista de presidentes americanos que conheceram a rainha britânica: Elizabeth 2ª se encontrou com 11 dos 12 que governaram os EUA desde que ela foi coroada, em 1953. O único com quem ela não teve uma reunião foi Lyndon B. Johnson, que fez visitas apenas à Ásia durante seu governo. 

Protestos com o Baby Trump

A visita de Trump ao Reino Unido foi marcada por grandes protestos. Uma equipe de "babás", vestidas com jaquetas laranja bombeou hélio em um gigantesco balão "Baby Trump" nesta sexta e o deixou subir por sobre a Abadia de Westminster. 

Boneco “Baby Trump” é inflado na frente da praça do Parlamento, em LondresLuke MacGregor/Bloomberg

Apesar das mobilizações estarem espalhadas por toda a Grã-Bretanha, os maiores foram no Centro de Londres. A polícia não forneceu uma estimativa oficial do tamanho da multidão. Os organizadores afirmaram que mais de 100 mil estavam nas ruas. 

Constrangimento para May 

Uma entrevista de Trump ao tabloide britânico The Sun, nesta semana, trouxe declarações polêmicas. Ao jornal, disse que modelo proposto por May para o Brexit, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, representaria um risco para um futuro acordo comercial com os Estados Unidos. 

May e Trump se cumprimentam em Chequers, a casa de campo da primeira-ministraChris Ratcliffe/Bloomberg

Na mesma entrevista, elogiou Boris Johnson, ex-secretário das Relações Exterior, dizendo que ele seria um ótimo primeiro-ministro para o Reino Unido. 

Na coletiva com a premiê britânica, nesta sexta, afirmou que o jornal, de propriedade do magnata Rupert Murdoch e que tem afinidade com Trump, havia publicado "notícias falsas" e insistiu que elogiou várias vezes May na entrevista para o periódico. 

Sobre Johnson, disse apenas que gostava do político britânico, que deixou há poucos dias o governo. "Não critiquei a premiê May, tenho muito respeito por ela.” 

Os comentários de Trump causaram grande constrangimento a May, justamente em uma semana em que seu gabinete está dividido, o plano de saída da União Europeia é alvo de críticas e os rebeldes de seu partido a estão ameaçando com um voto de desconfiança. 

Durante vários momentos, o presidente buscou enfatizar seu apoio à prêmie. O presidente americano disse que aceitará seja qual for a decisão sobre o Brexit e admitiu que a negociação "não é fácil, certamente". 

Discursos sobre imigração 

Apesar das polêmicas, Trump e May se mostraram-se não apenas na questão comercial, mas também sobre a necessidade de garantir a segurança das fronteiras. 

Trump criticou duramente as leis imigratórias dos EUA e chegou a dizer que "nem as chamaria de leis", mas enfatizou o trabalho de seu governo para endurecer as fronteiras e buscar regras mais duras para controlar o fluxo de pessoas. Segundo ele, a imigração "tem sido muito ruim para a Europa", pelos riscos de entrada de extremistas e pela suposta perda de identidade cultural. 

Leia também: Muita confusão no Reino Unido: Brexit, derrota na Copa e protestos contra Trump

May, por sua vez, lembrou que um dos motivos na separação do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, é garantir o controle sobre a imigração. Ela disse que seu país tem orgulho de receber historicamente muitas pessoas, mas que é preciso ordenar esse fluxo. 

Além da questão imigratória, May insistiu que o Brexit permitirá que busque acordos comerciais com vários outros países, inclusive com os EUA. Ela citou como um de seus alvos futuros a região do Pacífico, sem especificar nações nesse caso. 

Críticas à Alemanha 

Trump ainda criticou os alemães pelo acordo sobre um gasoduto com a Rússia, qualificando-o como "uma tragédia". Na avaliação dele, desse modo a Alemanha fica vulnerável no futuro, já que muito de sua energia dependeria dos russos “É uma coisa terrível que eles estão fazendo”, disse o presidente norte-americano 

May afirmou que trata do assunto no âmbito da UE, que o Reino Unido ainda integra até março próximo, lembrou, ressaltando em mais de um momento que depois disso o país já estará separado do bloco. 

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