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Crise interna

Coalizão progressista do governo alemão se rompe; Scholz pedirá voto de confiança em janeiro

Coalizão progressista do governo alemão se rompe; Scholz pedirá voto de confiança em janeiro
O Chanceler Federal da Alemanha, Olaf Scholz, durante coletiva nesta quarta-feira (6) onde anunciou a demissão de Christian Lindner (Foto: EFE/EPA/CLEMENS BILAN)

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O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quarta-feira (6) que o governo de coalizão formado por social-democratas, verdes e liberais se desfez após a demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, e que ele pedirá ao Parlamento um voto de confiança em 15 de janeiro, que pode ter como resultado a realização de eleições antecipadas em março.

“Pedi ao presidente da Alemanha neste momento que demitisse o ministro das Finanças. Esse é um passo para tirar nosso país do perigo. Precisamos de um governo capaz de agir e tomar as decisões necessárias para o nosso país”, disse Scholz em um pronunciamento em Berlim.

O chefe do governo alemão explicou que, durante as reuniões entre os parceiros da coalizão convocadas para tentar resolver a crise causada por divergências na política econômica e financeira, ele apresentou ao líder liberal uma proposta para impulsionar a economia alemã que também continha elementos favorecidos por Lindner.

Entretanto, o ministro das Finanças não estava disposto a fazer concessões, segundo Scholz, que acusou Lindner, em termos inequívocos, de “egoísmo” e “irresponsabilidade”.

“Não há base de confiança para uma maior cooperação”, disse o chanceler, que listou várias situações em que o então ministro havia torpedeado o trabalho do governo de coalizão nos últimos três anos.

Mas, precisamente no contexto da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos EUA e em uma situação em que a guerra na Ucrânia e a situação no Oriente Médio ameaçam a segurança da Europa, há uma necessidade de certeza e investimento contínuo em “segurança e força”, afirmou Scholz.

O chanceler declarou que não estava preparado para escolher entre o apoio à Ucrânia e o investimento em segurança, por um lado, e o estado de bem-estar social, por outro, como ele afirmou que Lindner exigia, e falou de um falso dilema que era um “veneno” para a democracia.

Ele enfatizou que a Alemanha é um Estado forte e menos endividado do que outros países industrializados, e por isso seria possível recorrer ao mecanismo constitucional que permite que o freio da dívida seja suspenso em situações de emergência.

“O governo não tem apenas o direito de agir, agir é o seu dever”, enfatizou, defendendo o recurso a empréstimos extraordinários para poder realizar todos os investimentos necessários, o que tem sido uma linha vermelha para os liberais desde o início da coalizão.

Voto de confiança

Scholz explicou que espera que até o Natal o Parlamento tenha concluído o trâmite parlamentar de todos os projetos de lei do Executivo de natureza urgente, o que também deve incluir, em teoria, o orçamento para 2025.

Em seguida, na primeira sessão do novo ano, ele será submetido a uma questão de confiança para que os parlamentares possam decidir “se abrem caminho para eleições antecipadas”, que, segundo ele, ocorreriam no máximo até o final de março.

Além disso, Scholz disse que buscaria o diálogo com Friedrich Merz, líder da oposição democrata-cristã, que atualmente lidera as pesquisas de intenção de voto, e se ofereceria para cooperar com ele nas questões fundamentais de economia e defesa.

“A economia não pode esperar por eleições antecipadas. É preciso clareza”, afirmou.

O chanceler concluiu o pronunciamento com um apelo à capacidade de fazer concessões e apontou os EUA como um exemplo a ser evitado.

“Teremos que lidar com resultados que exigirão cooperação e compromisso”, afirmou, apontando para uma possível cooperação entre conservadores e social-democratas.

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