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A coalizão de centro-direita que governa a França passou à ofensiva na quarta-feira depois das acusações de ter recebido doações ilegais de campanha, acusando a imprensa de usar "métodos fascistas" nas suas investigações, e a oposição socialista de fazer "intriga".

O furor envolvendo as supostas doações da mulher mais rica da França, Liliane Bettencourt, e do seu falecido marido a políticos conservadores abalou o governo do presidente Nicolas Sarkozy e levou sua popularidade a níveis ainda mais baixos.

Numa comovida entrevista a uma TV na terça-feira, o ministro do Trabalho, Eric Woerth, que é também tesoureiro do partido governista UMP, denunciou a "efusão de ódio" contra ele.

Simpatizantes do governo invadiram a mídia para apoiá-lo, para pedir que não renuncie e para atribuir todo o escândalo a um site noticioso que publicou várias revelações sobre o caso e aos socialistas, que exigiram explicações no Parlamento.

Xavier Bertrand, presidente do UMP, disse que o site Mediapart "usa métodos fascistas" na sua apuração, por publicar registros de conversas privadas entre Bettencourt e o gestor da sua fortuna. Bertrand disse que o diálogo foi gravado ilegalmente.

O ministro da Indústria, Christian Estrosi, disse que os métodos usados pelo Mediapart lembram "uma certa imprensa da década de 1930" - referência a jornais de extrema direita que na época moveram uma campanha contra a classe política francesa.

Woerth é um importante aliado de Sarkozy na realização de uma reforma previdenciária importante para o controle das finanças públicas. Alguns analistas dizem que o escândalo afetou sua capacidade de liderar a reforma, e pode alimentar manifestações trabalhistas contra a proposta, previstas para setembro.

"Isso pode reforçar a disposição de grandes parcelas da opinião pública em lutar contra a reforma previdenciária após o recesso de verão", disse Dominique Barbet, do BNP Paribas.

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