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O governo de Gustavo Petro já colocou em andamento sua proposta de reforma agrária com a entrega de títulos de propriedade de 681.372 hectares, no total, a trabalhadores rurais, povos indígenas e afrodescendentes.
O governo de Gustavo Petro já colocou em andamento sua proposta de reforma agrária com a entrega de títulos de propriedade de 681.372 hectares, no total, a trabalhadores rurais, povos indígenas e afrodescendentes.| Foto: EFE/Paolo Aguilar

O governo da Colômbia anunciou na quinta-feira (06) que chegou a um acordo com a federação de pecuaristas do país (Fedegan) para comprar 3 milhões de hectares de propriedades de produtores rurais para serem utilizados no projeto de reforma agrária lançado em setembro.

O anúncio foi feito pela ministra da Agricultura, Cecilia López, junto com o gerente da entidade, José Félix Lafaurie, em Bogotá.

O governo colombiano já colocou em andamento sua proposta de reforma agrária com a entrega de títulos de propriedade de 681.372 hectares, no total, a trabalhadores rurais, povos indígenas e afrodescendentes.

Até 15 de novembro, serão entregues títulos a 12,6 mil famílias em 19 dos 32 departamentos (estados) do país, dentro da primeira fase do projeto de reforma.

A segunda fase envolve o arrendamento, para organizações camponesas, de 125 mil hectares de terras confiscadas de traficantes de drogas, uma medida que será tomada uma vez concluídos os procedimentos legais com a Sociedade de Bens Especiais (SAE), que administra bens sujeitos à desapropriação devido a sua origem ilegal.

A terceira etapa é a que inclui o anúncio feito hoje. O presidente do país, Gustavo Petro, garantiu que pretende comprar 5 milhões de hectares de terras a um preço comercial de seus atuais proprietários e depois revendê-las a preços mais baixos para camponeses ou pequenos e médios empresários.

Lafaurie declarou que o diálogo e a consulta permitiram progressos rápidos para alcançar "um grande acordo que trará paz de espírito ao setor rural".

Ele também considerou que isso permitirá "ao setor rural consolidar uma classe média capaz de responder aos desafios de um país que deve ser necessariamente uma potência agroalimentar para o mundo".

Historicamente, a disputa e a falta de terras para os camponeses é uma das causas do conflito armado da Colômbia, e esta tensão se intensificou nas últimas semanas devido ao aumento das invasões de terras em diferentes regiões do país.

Em algumas áreas do norte da Colômbia, como o departamento de Magdalena, produtores rurais começaram a se organizar para impedir que suas terras sejam ocupadas, um movimento que tem sido criticado por outros setores que lembram que grupos semelhantes de autoproteção contra a guerrilha deram origem aos temidos grupos paramilitares décadas atrás.

A Colômbia é um dos países mais desiguais do mundo em termos de distribuição de terras. Estima-se que até 10 milhões de hectares foram adquiridos de forma fraudulenta ou com uso de violência por diversos grupos ilegais.

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