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Iván Márquez, em imagem de 2018: líder das dissidências das Farc participou das negociações de paz com o governo colombiano, mas depois voltou à guerrilha
Iván Márquez, em imagem de 2018: líder das dissidências das Farc participou das negociações de paz com o governo colombiano, mas depois voltou à guerrilha| Foto: EFE/Leonardo Muñoz

O governo da Colômbia considerou “válido” nesta quarta-feira (13) o vídeo no qual aparecem vários líderes de dissidências das Farc, alegando que seu chefe máximo, Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez, sobreviveu a um ataque, além de garantir que está sendo protegido pelo regime do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

“A informação que a Inteligência tem é que nessas disputas ocorreu uma dessas vinganças em que sua integridade correu risco”, disse à imprensa o ministro da Defesa colombiano, Diego Molano.

Molano acrescentou que Iván Márquez está “sendo protegido pelo regime de Maduro e que está em um hospital em Caracas”.

No domingo passado, a dissidência da Segunda Marquetalia anunciou em um vídeo enviado à revista colombiana Cambio que, no último dia 30 de junho, Iván Márquez, que foi um dos negociadores do acordo de paz, mas logo voltou à clandestinidade, “foi vítima de um ataque criminoso dirigido dos quartéis do Exército e dos comandos da Polícia” (da Colômbia).

No entanto, segundo os dissidentes que aparecem no vídeo gravado em uma zona de selva rodeados por vários homens armados com fuzis, Iván Márquez saiu ileso e sofreu apenas ferimentos leves nesse dia, e agora já estava “gozando de boa saúde”.

Segundo declarações de Molano, no vídeo “é evidente que estão segundos e terceiros líderes da Segunda Marquetalia”, entre eles o filho de um dos líderes históricos das Farc, Manuel Marulanda, vulgo Tirofijo, a quem a imprensa colombiana havia identificado como Alberto Cruz Lobo, conhecido como Enrique Marulanda.

Iván Márquez foi o principal negociador das Farc nas negociações de Havana com o governo colombiano, que levaram à assinatura do acordo de paz com o grupo guerrilheiro em 24 de novembro de 2016.

No entanto, em agosto de 2019, Márquez abandonou o acordo de paz e, junto com outros comandantes da ex-guerrilha, voltou a pegar em armas, alegando que o governo colombiano não estava cumprindo o pacto.

No comunicado lido, os dissidentes dizem não ter dúvidas de que por detrás do atentado “estão os cães de caça da CIA, da DEA [agência antidrogas americana] e do governo [do presidente colombiano, Iván] Duque” e salienta que outros líderes da Segunda Marquetalia morreram em operações semelhantes.

Versões

Em 2 de julho, diante de notícias da imprensa sobre a suposta morte de Iván Márquez em um confronto com grupos criminosos do lado venezuelano da fronteira, o presidente colombiano Iván Duque indicou que se tratava de uma informação que estava sendo verificada.

“Estamos trabalhando com nossa inteligência para verificar essa informação e, obviamente, assim que tivermos alguma comprovação, informaremos em tempo hábil”, acrescentou o presidente na ocasião.

Na semana passada, começaram a circular outras versões da imprensa segundo as quais Iván Márquez havia sobrevivido ao ataque e estava internado na Venezuela.

Luciano Marín Arango, de 67 anos, dos quais está na guerrilha há mais de 40, nasceu em 16 de junho de 1955 em Florencia, capital do departamento meridional de Caquetá, e seu histórico indica que ingressou na 14ª Frente das Farc no início dos anos 1980.

O guerrilheiro fazia parte dos comandos da Farc e chegou até se tornar um dos sucessores do então chefe da guerrilha, vulgo Alfonso Cano, que morreu em uma operação militar em 2011.

Dissidentes mortos na Venezuela

Em meio às disputas na Venezuela, outros dissidentes das Farc foram assassinados no ano passado, como Miguel Botache Santanilla, conhecido como Gentil Duarte, cuja morte foi confirmada pelos dissidentes em maio, em confronto com outro grupo de ex-guerrilheiros no estado de Zulia, na fronteira com a Colômbia.

Também teriam sido assassinados na Venezuela Henry Castellanos, vulgo Romaña, e Hernán Darío Velásquez, vulgo El Paisa, considerados os dois líderes mais sanguinários da guerrilha e que faziam parte da chamada Segunda Marquetalia.

Em meados de maio do ano passado, também foi noticiada a morte de Seuxis Paucias Hernández Solarte, vulgo Jesús Santrich, outro dos líderes da Segunda Marquetalia.

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