A Colômbia acusou neste sábado (31) o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de enganar seu povo com o argumento de que Bogotá planeja uma guerra contra seu vizinho e reiterou que as supostas ameaças são falsas.
As declarações da Presidência colombiana surgiram um dia depois que o mandatário venezuelano anunciou a mobilização de unidades de infantaria e da força aérea e confessou que revisa com sua equipe de defesa planos de guerra para defender a soberania de sua nação em caso de uma agressão.
"A Colômbia jamais pensou em atacar o povo irmão da República Bolivariana da Venezuela, como disse o presidente desse país, em um claro engano político a sua própria nação", declarou um comunicado da Presidência.
As relações entre os dois países se encontram em um de seus pontos mais críticos, depois que o governo do presidente Álvaro Uribe acusou a Venezuela de tolerar a presença de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Liberação Nacional (ELN) em seu território.
Bogotá chegou a mostrar vídeos e fotografias de supostos acampamentos guerrilheiros e de líderes desses grupos no país vizinho. Como reação, Chávez rompeu as relações diplomáticas com Bogotá.
A crise entre as duas nações, que dividem uma extensa fronteira terrestre de 2.219 quilômetros, aumentou depois que na quinta-feira não se chegou a um consenso na reunião extraordinária de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) em Quito, no Equador.
Apesar disso, a Colômbia foi taxativa em descartar um ataque contra a Venezuela.
"A Colômbia recorreu aos canais do direito internacional e continuará insistindo nesses mecanismos para que se adote um instrumento que faça com que o governo venezuelano cumpra com a obrigação de não acolher terroristas colombianos", acrescentou o comunicado de Bogotá.
A disputa ocorre a uma semana do fim do segundo mandato consecutivo de Uribe na Presidência e da entrada do governista Juan Manuel Santos, que apesar de ter prometido manter sua luta contra a guerrilha expressou a intenção de restabelecer os laços com a Venezuela, gesto que recebeu uma boa resposta de Chávez.



