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Negociações

Colômbia diz que não há motivos para temer acordo com Washington

Comandante Padilla afirmou que ningúem, salvo "os terroristas e narcotraficantes" devem temer o acordo colombiano. Chanceler equatoriano qualificou as bases como "atitude militarista"

O comandante das Forças Militares colombianas, general Freddy Padilla, afirmou nesta terça-feira (4) que ninguém, salvo "os terroristas e narcotraficantes", devem temer o acordo que a Colômbia negocia com Washington para a instalação de bases militares norte-americanas em território colombiano.

Em Quito, o chanceler equatoriano Fander Falconi qualificou as bases como "atitude militarista" da Colômbia e disse que o ema será tratado no âmbito da União de Nações sul-americanas (Unasul).

Além do general Padilla, participou de uma entrevista coletiva em Cartagena o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, general Douglas Fraser, que lembrou que o acordo ainda não está concluído e que seu objetivo é combater o tráfico de drogas e a subversão.

"Não tenho, neste momento, detalhes específicos do tipo de material (equipamentos militares que deve haver nas bases), mas é importante ressaltar que o tipo de material que haverá aqui vai depender da Colômbia, afinal são bases colombianas", disse Fraser.

Padilla disse que "ninguém, além dos terroristas e narcotraficantes devem temer este acordo transparente, respeitoso no que diz respeito às soberanias e que busca simplesmente fortalecer nossa capacidade de luta contra este flagelo global" das drogas.

O representante colombiano enumerou as instalações sobre as quais se negocia o acesso: "Seriam três bases aéreas, três bases militares do Exército e duas bases navais. Esses são os lugares sobre os quais estamos conversando no acordo".

Os locais são as bases aéreas de Malambo, em Barranquilla, na costa caribenha; a de Palanquero, no departamento de Cundinamarca, no centro do país; e a base aérea de Apiay, no departamento de Meta, sul do país, disse o oficial colombiano.

Os postos do Exército, disse Padilla, seriam o forte de Tolemaida, em Cundinamarca e de Larandia, no departamento de Caquetá, sul do país, além das bases navais do porto de Cartagena e da Baía de Málaga, na costa do Pacífico.

Padilla também reiterou que, eventualmente, a colaboração com os Estados Unidos pode ser usada para o treinamento de militares de outros países.

Um exemplo, segundo o militar colombiano é que o "México está pedindo para a Colômbia para mandar pilotos para treinamento como pilotos de helicóptero com capacidade noturna na selva, habilidade que os colombianos adquiriram com destreza. Essa é uma possibilidade que teríamos como oferecer (a outros países) se o acordo for concluído".

O número de bases às quais os Estados Unidos teriam acesso e seus desdobramentos no território colombiano são fatores que têm gerado inquietudes em vários países da região como Brasil e Chile.

Padilla, Fraser e representantes militares e civis de outros oito países - Argentina, Chile, Peru, Uruguai, entre outros - iniciaram uma conferência nesta terça-feira, que vai até quinta-feira, sobre a segurança na região, em um fórum organizado pelas forças militares da Colômbia e o Comando Sul dos Estados Unidos, segundo indicou uma nota do comando geral militar colombiano.

"Há uma preocupação na América Latina com as implicações dessas bases militares", disse o chanceler equatoriano nesta terça-feira durante coletiva de imprensa em Quito.

Falconi disse que manifestou sua preocupação aos governos do Chile, Brasil, Equador e Venezuela. Segundo ele, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Michelle Bachelet, do Chile, "pediram que o tema das bases militares (na Colômbia) seja discutido na reunião da Unasul, no final do mês.

As informações são da Associated Press.

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