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Colômbia ignora mandado de prisão do Equador contra militares

Incidente, que resultou na morte do líder rebelde Raúl Reyes, levou ao rompimento de relações diplomáticas entre os dois países durante dois anos

O governo da Colômbia ignorou na sexta-feira (09) o mandado de prisão expedido por um tribunal equatoriano contra seis militares de alta patente envolvidos num ataque das forças colombianas contra a guerrilha Farc no território do Equador, em 2008.

O incidente, que resultou na morte do líder rebelde Raúl Reyes, levou ao rompimento de relações diplomáticas entre os dois países durante dois anos. As relações bilaterais foram posteriormente normalizadas.

O Equador alega que a ação militar violou a sua soberania, e o Tribunal de Garantias Penais da Província de Sucumbios, onde ocorreu o incidente, atribuiu a responsabilidade criminal ao general Oscar Naranjo, atual diretor da Polícia Nacional colombiana.

O tribunal ordenou também a prisão dos generais da reserva Freddy Padilla e Mario Montoya; do brigadeiro da reserva Jorge Ballesteros; do almirante da reserva Guillermo Barrera; e do coronel da ativa Camilo Alvarez. Padilla era na época chefe do Estado-Maior, e os outros oficiais generais comandavam suas respectivas forças.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que "todos os comandantes que estão nessa petição desse tribunal devem ficar absolutamente tranquilos, porque vou eu para a cadeia antes deles".

"Não reconhecemos essa jurisdição, (o ataque às Farc) foi uma ação do Estado, aí não há a menor possibilidade de que esse tribunal possa prejudicar de forma alguma generais que foram heróis da pátria", afirmou o presidente a jornalistas.

O presidente do Tribunal Penal de Sucumbios, Arsenio Oña, disse à Reuters que o mandado de prisão serve apenas para que eles compareçam à corte e prestem depoimentos, ficando liberados depois disso.

O tribunal acrescentou que a medida não tem alcance internacional e só pode ser aplicada em território equatoriano.

Como ministro da Defesa no então governo de Álvaro Uribe, Santos esteve à frente da operação que culminou na morte de 25 guerrilheiros supostamente ligados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

A Justiça equatoriana chegou a decretar a prisão de Santos, mas a decisão foi revogada em agosto de 2010, quando ele assumiu a Presidência da Colômbia e ganhou direito a foro especial.

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