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Colonos judeus enfrentaram soldados israelenses em incidentes separados ocorridos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia nesta segunda-feira, quando o Exército de Israel começou a distribuir as ordens de despejo nos assentamentos. Outra preocupação é com os extremistas palestinos. Dois morteiros foram lançados contra o assentamento de Gadid, na região central da Faixa de Gaza, informou o jornal "Haaretz", apesar do pedido pedido feito pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, para que grupos radicais cooperem com a retirada.

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, disse em discurso transmitido em cadeia de televisão nesta segunda-feira que a retirada de colonos é vital para o Estado judeu, apesar da dor que ela provoca. Com firmeza, Sharon se dirigiu ao povo israelense: "A responsabilidade pelo futuro de Israel pesa sobre mim".

- Este ato é essencial para Israel. Acreditem, a dor que isto produz é tão intensa quanto a convicção da necessidade de fazê-lo. Não podemos entrar em Gaza jamais, mais de um milhão de palestinos vivem lá(...) multidões em campos de refugiados, pobreza e estufas de ódio sem esperança no horizonte.

O premier prometeu "a mais dura resposta já vista" a qualquer ataque perpetrado por extremistas islâmicos após a retirada dos colonos judaicos.

- Começamos a trilhar um novo caminho com não poucos perigos adiante, mas também luz e esperança a todos, um caminho que, com ajuda de Deus, não será de divisões entre irmãos, mas sim de respeito mútuo, de amor e não de ódio - concluiu o líder.

Logo após o discurso de Sharon, o Exército de Israel anunciou que dois assentamentos na Cisjordânia já foram completamente esvaziados.

- Ganim e Kadim estão completamente vazios hoje - disse um porta-voz militar.

INÍCIO DA OPERAÇÃO - O Exército israelense fechou o portão da passagem fronteiriça de Kissufim, entre a Faixa de Gaza e Israel, o que marcou de forma simbólica o início da evacuação e a proibição de entrar no território palestino, salvo casos excepcionais. Pouco tempo depois, um grupo de jovens radicais judeus do assentamento de Kfar Darom se dirigiu em direção à passagem fronteiriça para se manifestar contra o fechamento da Faixa de Gaza.

Ao mesmo tempo, centenas de jovens do bloco de assentamentos de Gush Katif, no sul da Faixa de Gaza, incluindo moradores e infiltrados ilegais, fecharam as portas de entrada da colônia de Neveh Dekalim, capital do bloco e onde há cerca de 2.500 pessoas. Desta maneira tentam impedir que os soldados israelenses, que hoje vão de casa em casa entregando as ordens de despejo, pudessem chegar ao assentamento, o maior da região. Moradores de outros assentamentos do bloco de Gush Katif também bloquearam as entradas de suas colônias.

Além disso, jovens radicais acenderam fogueiras na estrada que conduz aos assentamentos, furaram os pneus de patrulhas militares que se dirigiam a Neveh Dekalim e impediram que um jipe militar com quatro soldados seguisse seu caminho.

Por outro lado, colonos judeus enfrentaram as forças de segurança israelenses no norte da Cisjordânia depois que o Exército tentou impor o fechamento da zona de assentamentos que serão evacuados em virtude do plano de evacuação: Homesh, Sa Nur, Kadim e Ganim.

Cerca de 200 moradores do assentamento de Shavei Shomron, na parte norte da Cisjordânia, enfrentaram as tropas e quebraram um portão militar que tinha sido colocado entre os assentamentos de Sa Nur e Homesh.

Um oficial da Força Aérea israelense teve que ser internado em um hospital, possivelmente com um braço quebrado. O Exército israelense deteve três radicais durante o protesto.

Por causa dos choques, o Exército situou na área um veículo blindado para o transporte de pessoal militar para impedir o acesso de mais manifestantes.

Os colonos da Cisjordânia também tentam impedir a distribuição das ordens de despejo, que entrará em vigor dentro de menos de 48 horas.

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