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Venezuela

Com opositores refugiados, Embaixada argentina em Caracas fica sem energia após colapso de gerador

Opositores refugiados em embaixada pedem que Lula tenha "senso de urgência" sobre situação na Venezuela
Opositores Claudia Macero (à esquerda), Pedro Uchurrurtu (ao centro) e Magalli Meda (à direita), três dos seis asilados na embaixada da Argentina, em Caracas (Foto: EFE/ Henry Chirinos ARCHIVO)

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A oposição venezuelana denunciou nesta terça-feira (18) que a Embaixada da Argentina em Caracas, onde cinco opositores do regime de Nicolás Maduro na Venezuela permanecem asilados desde março de 2024, ficou sem energia após o colapso do gerador que abastecia o local. A sede diplomática, protegida pelo Brasil após a expulsão da equipe argentina, está sem fornecimento de eletricidade por parte do Estado venezuelano desde que os dissidentes buscaram refúgio no local, o que a oposição considera uma medida deliberada do regime chavista para pressionar os asilados.

O líder opositor e vencedor de fato, segundo atas, do pleito presidencial de 2024, Edmundo González Urrutia, e a líder política María Corina Machado classificaram a situação como “tortura” e acusaram o regime de Maduro de intensificar o cerco contra os refugiados.

González denunciou em sua conta no X que "o regime fez tudo o que podia para que colapsasse o único sistema que por apenas quatro horas ao dia gerava luz, permitia que a bomba de água funcionasse e mantinha o mínimo de frio na geladeira". Ele alertou que as consequências para os asilados são “terríveis”.

María Corina Machado, por sua vez, afirmou que a situação na Embaixada da Argentina se tornou uma “tortura pura e dura”. Segundo ela, os opositores estão “sem luz, sem água, sem conexão e agora com risco de perder a comida”.

“Aqui se violam todos os acordos internacionais à vista do mundo. E o mundo democrático tem que agir já junto a quem luta sem descanso por nossa democracia, até conseguirmos a liberdade”, declarou a opositora.

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal coalizão de oposição, divulgou um comunicado informando que “na madrugada desta terça-feira colapsou e deixou de funcionar o gerador elétrico que mantinha com energia a Embaixada da Argentina em Caracas desde novembro do ano passado”.

O grupo opositor também ressaltou que, nos últimos três meses, o gerador funcionava de forma racionada, pois a estatal elétrica Corpoelec “se apropriou dos fusíveis da sede argentina”, restringindo ainda mais o acesso à eletricidade. Sem a energia do gerador, a conservação dos alimentos dos asilados se tornou um problema crítico.

“A exigência é que sejam devolvidos os fusíveis elétricos que garantem a energia corrente na embaixada”, destacou a PUD, alertando para a gravidade da situação.

Os cinco opositores asilados na sede diplomática são Magalli Meda, Claudia Macero, Ómar González, Pedro Urruchurtu e Humberto Villalobos, todos ligados a María Corina Machado e perseguidos pelo regime chavista sob acusações de conspiração e traição à pátria.

Desde agosto de 2024, o governo brasileiro assumiu a proteção da Embaixada da Argentina em Caracas, após a expulsão do corpo diplomático argentino pelo regime de Maduro. No entanto, em setembro, o ditador venezuelano revogou a autorização para que o Brasil assumisse oficialmente essa função, dificultando ainda mais a proteção dos asilados.

Ainda assim, a chancelaria brasileira afirmou que continuará com a “custódia e defesa dos interesses” da Argentina até que outro país seja designado para essa função, conforme exigência de Maduro.

A oposição venezuelana intensificou os apelos para que a comunidade internacional pressione o regime chavista a garantir os direitos dos refugiados políticos e a permitir sua saída segura do país.

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