Uma ideia que sairá do papel com tons de megalomania. O Marrocos, um dos países com maior incidência solar no mundo, se prepara para concluir, em dezembro, a primeira parte da maior usina de energia solar do mundo.
O complexo colossal está sendo construído na cidade de Ouarzazate, conhecida como “porta do deserto” por estar localizada em um dos extremos do Saara. O projeto inteiro ocupará uma área semelhante a da capital do país, Rabat (que tem 117 quilômetros quadrados de medidas -- cerca de um terço da área urbana de Curitiba).
Quando concluída, em 2020, a usina terá custado cerca de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 7,5 bilhões). Um projeto ousado, já que inclui produção de energia eólica e hidroelétrica, além das plantas de captação solar. A expectativa de retorno é não menos impactante: estima-se que a usina gerará 580 MW, energia capaz de abastecer um milhão de casas, segundo especialistas.
De país importador de 94% da energia consumida, o Marrocos passará a exportar seu excedente a países europeus.
Nesta primeira parte do complexo (chamada de Noor 1), que está prestes a ser entregue, são 500 mil espelhos solares espalhados por 800 fileiras.
A tecnologia usada é diferente da empregada em painéis fotovoltaicos (mais comuns). No projeto marroquino, são usados espelhos curvados com cerca de dez metros de altura. Eles são ligados a canos com um líquido, que é aquecido e direcionado a um sistema para movimentar as turbinas e gerar a energia elétrica.
“Nós não somos produtores de petróleo. Importamos 94% da energia bem como combustíveis fósseis e isso traz sérias consequências a nosso orçamento. Nós também subsidiávamos combustíveis com um custo muito pesado. Então, quando ouvimos sobre o potencial da energia solar, pensamos: ‘por que não?’”, disse ao jornal The Guardian o ministro marroquino do Meio Ambiente Hakima el-Haite.
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