
Pela primeira vez desde o início da revolta contra o regime sírio, há 16 meses, combates intensos têm ocorrido no centro da capital, Damasco, com batalhas de rua e artilharia pesada do Exército.
"Damasco está sitiada, há barreiras militares por toda a parte e ouvimos tiros e explosões o dia inteiro", disse, por telefone, da periferia da capital, a ativista da oposição Susan Ahmad.
Enquanto forças sírias e rebeldes se enfrentavam em Damasco pelo segundo dia seguido, ontem, numa escalada da guerra civil, a Rússia voltou a falar grosso, rejeitando sanções contra o regime do ditador Bashar Assad.
Os combates em Damasco acrescidos das recentes deserções de altos membros do regime levaram alguns opositores a acreditar que a ditadura síria está perto do colapso. Mas, para a Rússia, Assad tem o controle do país e apoio para se manter no poder.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, chamou de "chantagem" a pressão de potências ocidentais para que Moscou aceite resolução na ONU com sanções ao regime sírio.
Para Lavrov, Assad não será forçado a deixar o poder. Não pela proteção da Rússia, mas por ainda ter forte apoio dentro da Síria.
"Dizem-nos que deveríamos persuadir Assad a deixar o poder por vontade própria. Isso simplesmente não é realista", disse Lavrov.
EUA
Em visita a Jerusalém, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que é crítica à blindagem russa a Bashar Assad, disse que "o tempo está se esgotando" para o ditador.
Hillary foi cautelosa ao falar na possibilidade de uma intervenção, lembrando os riscos de que ela piore a situação. Mas não mostrou dúvidas sobre qual será o desfecho da crise.
"O regime sírio não sobreviverá. Só espero que [seu fim] ocorra o quanto antes", disse ela à rede de televisão CNN.



