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A combustão lenta do interior do ferry "Norman Atlantic" impediu mais uma vez neste domingo (4) que as autoridades investigassem todo o navio e verificassem se o incêndio ocorrido em alto-mar causou mais vítimas do que os 11 mortos confirmados oficialmente.

A presença de focos ainda não apagados no barco, atracado desde a sexta-feira em um pier na cidade italiana de Brindisi, no sul da Itália, tem dificultado os trabalhos dos investigadores.

O capitão dos bombeiros de Brindisi, Michele Angiuli, afirmou que as equipes deverão demorar semanas para inspecionar todas as partes da embarcação por causa da combustão lenta.

A procuradoria de Bari, responsável pela investigação sobre as causas do incêndio, tenta há dois dias obter informações sobre o interior do navio. A suspeita é que o incêndio tenha sido iniciado na garagem, onde estão vários caminhões.

Angiuli confirmou à imprensa que os trabalhos são complicados. Até o momento, as equipes só avançaram até a ponte número quatro já que o fogo ganha força com a entrada de oxigênio quando os bombeiros tentam acessar novas partes do navio.

Por enquanto, o responsável pelos bombeiros afirmou que há vários veículos completamente destruídos pelo incêndio. Os destroços serão analisados para tentar encontrar também restos humanos.

Além dos bombeiros, membros do serviço de guarda-costeira, da Polícia e da unidade de investigação dos carabineiros participam operação. Um cofre de segurança com documentos relacionados ao capitão do navio já foi recuperado.

O comandante do ferry, Argilio Giacomazzi, que já prestou depoimento, afirmou hoje ter a "consciência tranquila" e disse estar "profundamente triste" por não ter conseguido salvar todas as pessoas que estavam a bordo.

"Sou consciente de ter feito tudo o que podia e estou disposto a responder qualquer pergunta, como o fiz rapidamente", acrescentou em declarações ao portal "Secolo XIX";

Uma das hipóteses de trabalho dos investigadores é que o incêndio começou entre os cerca de 60 caminhões frigoríficos transportados pelo ferry.

A promotoria explicou neste fim de semana que estão sendo analisados todos os aspectos do sistema de segurança, anti-incêndio, e evacuação da embarcação.

Os números oficiais apontam que 11 pessoas morreram no acidente, apesar de dois corpos não terem sido recuperados. Além disso, outros dois trabalhadores albaneses morreram na operação de resgate ao navio, abandonado na costa da Albânia.

Na quarta-feira, a Guarda Costeira comunicou que tinha entregado à procuradoria uma lista de 477 pessoas resgatadas do navio, o que modificou os números divulgados previamente pelas autoridades.

Inicialmente foi informado que 310 pessoas chegaram ao porto italiano, além de 80 enviados à Grécia. No primeiro momento, não se sabia onde estavam outros 98 que viajavam no ferry porque se partia da hipótese de que quase 500 tinham embarcado.

O incêndio ocorreu no domingo passado. O navio foi fretado pela empresa grega "Anek" e viajava do porto de Heleno, na Grécia, para Ancona, na Itália.

Autoridades gregas, albanesesas e italianas iniciaram então uma operação de resgate dos passageiros que durou 36 horas e foi dificultada pelas condições meteorológicas no mar Adriático.

Além de Giacomazzi, a procuradoria investiga dois membros da tripulação e outros dois da contratante por sua gestão na evacuação do navio.

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